Sementes do Verbo e a plenitude da Verdade

<h3 class="post-title entry-title" style="background-image: url(https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsJckoQ01_H7ccRYv8Z4GopW76A-qAiezMqfgObWF6ELwCiledaTIfVxztNiwS-UG386399A7ImNnkyf7_ZQ5RItqUh6i0CNvkTvQR8V9V2M2fm73T3VIF5Nrhbd9RdmESgINDm2B3gOo/s1600/post-line.png); background-position: 0% 100%; background-repeat: no-repeat no-repeat; color: #191919; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 18px; font-weight: normal; line-height: 1.4em; margin: 0px; padding: 0px 0px 6px 5px;"><br /><a href="http://www.tradicaoemfococomroma.com/2012/05/sementes-do-verbo-e-plenitude-da.html" style="border: none; color: #191919; display: block; letter-spacing: 2px; text-decoration: none;"><br /></a></h3><br /><div class="post-body" id="post-3811008355950156787" style="color: #333333; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 1.6em; margin: 0px; padding: 0px 10px; text-align: justify;"><br /><br /><br /><div style="font-family: georgia; text-align: center;"><br /><span style="font-size: small;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-8hHDh94epQg/T8ZnzUtOFsI/AAAAAAAAH3w/lrOkYIboJQM/s1600/Foto1.jpg" style="border: none; color: #0066cc; text-decoration: none;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5748396105814382274" src="http://4.bp.blogspot.com/-8hHDh94epQg/T8ZnzUtOFsI/AAAAAAAAH3w/lrOkYIboJQM/s1600/Foto1.jpg" style="border-width: 0px; height: 546px; padding: 5px; width: 458px;" /></a></span><br /><div style="text-align: justify;"><br /><span style="font-size: 17px;">Até que ponto as Sementes do Verbo se fazem presentes nas outras religiões?<br /><br />Esta visão que olha as religiões falsas apenas como embustes do demônio é platônica. Devemo-la muito a Santo Agostinho.<br /><br />Graças a Deus, o Concílio Vaticano II, nesse sentido, foi aristotélico e tomista. Lembremos da analogia do ser. Há, portanto, verdades nas outras religiões e nas outras culturas, verdades naturais e algumas sobrenaturais. As verdades naturais existem por causa da luz natural da razão humana; as sobrenaturais existem naquelas religiões que são, de algum modo, devedoras da revelação, e que elas conservam.<br /></span><a href="" name="more"></a><span style="font-size: 17px;">Santo Agostinho dizia que o intelecto agente precisava de iluminação divina. Por isso, sua ideia mais ou menos que estimulou o pensamento de colocar tudo o que não fosse cristão como falso. Ele tinha algumas ideias erradas no campo da filosofia, mas sua teologia é grandemente honrada pela Igreja e pelo próprio Santo Tomás.</span></div><br /></div><br /><div style="font-family: georgia;"><br /><span style="font-size: 17px;"><br /></span></div><br /><div style="font-family: georgia;"><br /><span style="font-size: 17px;">Verdades sobrenaturais como a Trindade, a encarnação, existem naquelas religiões, que uma vez originadas da religião revelada, conservam a crença nessas verdades. Por elas, alguém pode ser santificado - o Catecismo é claro. A única oposição a isso é que saiba que Cristo fundou uma só Igreja e se recuse conscientemente a aderir a ela.</span></div><br /><div style="font-family: georgia;"><br /><span style="font-size: 17px;"><br />O sentido mais profundo é que o milagre, enquanto graça atual, conduz à Igreja. A ligação do milagre com a Igreja é com respeito à finalidade, mas não no sentido deste ocorrer somente na Igreja ou por intermédio da Igreja (a não ser no caso de uma graça gratis datae).<br /></span></div><br /><div style="font-family: georgia;"><br /><span style="font-size: 17px;">"São Tomaz (De potentia 6,5 ad.5), por exemplo, ensina que Deus pode realizar um milagre para confirmar simplesmente uma verdade da religião natural (ou seja, uma verdade religiosa que o homem por sua inteligência natural reconhece) ou para atestar o valor de uma virtude praticada sinceramente por quem de boa fé vive fora do Catolicismo; e cita o caso, narrado por S. Agostinho (De civ. Dei 10,26), conforme o qual uma vestal de Roma (virgem consagrada ao serviço da Divindade), para comprovar a conservação de sua pureza, havia conseguido carregar água do Tibre num vaso perfurado."<br /><br />(D. Estevão, PR nº 006, ano I)<br /><br />Se a pagão, ajudado pela primeira graça, alcançar outra graça, e assim se preparar para a justificação, pode chegar ao estado de graça, e, permanecendo nele, auxiliado pela graça de Deus, pode se salvar. Para aqueles que já conhecem as verdades de fé, esse caminho é mais fácil. Mas aqueles que ainda não conhecem, se, ajudados pela primeira graça, forem de graça em graça, de fidelidade em fidelidade, <b>Deus lhes revelará aquilo que é necessário crer para se salvar ou lhes enviará um pregador da fé</b>.<br /><br />Uma coisa importante de se dizer é que <b>ninguém se salva pelo cumprimento da lei natural</b>.<br /><br />Se entendida no sentido de que a oração de um pode servir para Deus dar a fé a alguém, o que é na verdade um mérito de côngruo (de conveniência), mas não por uma estrita questão de justiça. Só Cristo pôde merecer de condigno o prêmio da justificação para outrem.<br /><br />Deus, em razão de sua vontade salvífica universal, dá a todos os infiéis negativos (pessoas que nunca ouviram o Evangelho) graças suficientes para se salvar.<br /><br />Também dá a todos os justos graças suficientes para cumprirem os mandamentos.<br /><br />Também dá a todos os pecadores graças suficientes para a penitência.<br /><br />Em razão de sua vontade salvífica particular, dá a todos os eleitos graças eficazes. Mas a questão da eleição e do fundamento da distinção entre a graça suficiente e a graça eficaz é um dos problemas teológicos mais controversos da teologia católica. A Congregação "De Auxilii", depois de estudar por dez anos, deixou a questão sem solução.<br /><br />Acho interessante um trecho do livro do Bento XVI, o “Fé, Verdade, Tolerância” que fala do cristianismo em posição às outras religiões, talvez responda a algumas perguntas:<br /><br /><i>“A fé cristã ocupava, na história das religiões, a posição que ela mesma se conferia, formulada basicamente há muito tempo: ela vê em Cristo a única – e com isso definitiva – salvação do homem. Em conseqüência, com respeito às outras religiões, são possíveis duas posições (assim parece). <span style="color: red;">Pode-se considerá-las como provisórias e, portanto, de caráter pré-cursor relativamente ao cristianismo</span>, e, desse modo, avaliá-las positivamente, à medida que elas se deixem colocar na posição dos pré-cursores. Todavia, <span style="color: red;">pode-se também concebê-las como insuficientes, contrárias a Cristo, dirigidas contra a verdade, como religiões que fingem dar a salvação ao homem sem jamais poder dá-la.</span><br />(...)<br /></i><i>Com efeito, pode-se bem dizer que o relato da aliança com Noé (Gen 8, 20-9,17) confirma a verdade oculta das religiões míticas. Em um regular “morra e venha a ser” do cosmos, consuma-se o poder do deus fiel, que se acha em aliança não comente com Abraão e os seus, mas com todos os homens. <span style="color: red;">E não encontraram os Magos o caminho para Cristo por meio da estrela, isto é, por meio de sua superstição, sua religião?</span> (Se bem que apensar se desviando de Jerusalém, das sagradas escrituras do Velho Testamento). Também não se ajoelhou a sua religião diante de Cristo na pessoa deles, como verdadeiros pré-cursores, ou melhor, com afluentes, ao prestar homenagem a Cristo?<br /><br />Não parece um lugar-comum, nesse contexto, citar o discurso no Areópago (At 17, 22-32), sobretudo na sua atitude de rejeição à mensagem do Ressuscitado, parecendo à teologia otimista dessa fala antes uma mentira a punir? A religião, dos assim adulados, não convergia ostensivamente para Jesus de Nazaré (...).”</i></span></div><br /><div style="font-family: georgia;"><br /><span style="font-size: 17px;"><br />Muito bom o texto de Ratzinger. Avalia as religiões falsas pelos dois lados: pelo que elas têm e pelo que lhes falta. Qualquer postura onde falte um dos lados dessas análise ― seja a de alguns "tradicionalistas", seja a dos relativistas ― é incompleta. Mas também poderia ser colocado aí que, além da <i>graça de iluminação</i>, que age de maneira mediata e extrínseca, há também a <i>graça de moção</i>, que age de maneira imediata e intrínseca.<br /><br />A fé natural não pode salvar, porque ela não é um dom da graça. Somente a graça de Deus, que nos transforma e nos faz justos, é que pode dar como prêmio a vida eterna.<br /><br />Pode haver justificação sem fé? Não. O Concílio Tridentino ensinou que a fé é o princípio da salvação e o fundamento e a raiz de toda justificação. Sobre isso, leia-se também a Carta do Santo Ofício ao arcebispo de Boston, a mesma que tratou dos erros do Pe. Leonard Feeney.<br /><br />O pagão salva-se exatamente como o católico, com a fé sobrenatural, a caridade sobrenatural (sem a qual a fé é morta) e a esperança. Por isso, deve crer em Deus e na retribuição futura. Todos os demais artigos do Credo admitem uma adesão implícita.<br /><br />A adesão implícita acaba quando a pessoa fica sabendo dos artigos da fé explicitamente. Um milagre serve para comprovar outras coisas também, como as verdades reveladas, e, segundo Santo Tomás, até mesmo as verdades da religião natural.<br /><br />Se o homem com o pecado original conseguisse cumprir toda lei natural, mas não tivesse a graça, seu destino seria o limbo dos infantes, pois o inferno só se dá como castigo pelos pecados atuais (Inocêncio III, Ecclesia Maiores causas).<br /><br />O homem caído, sem nenhuma graça, contudo, só cumpriria toda lei natural com o auxílio da Providência natural, isto é, com os auxílios de ordem extrínseca (ao contrário da graça que age intrinsecamente). Num estado de natureza pura, Deus daria esses auxílios ao homem e ele conseguiria cumprir toda lei natural.<br /><br />Agora, o homem criado num estado de natureza íntegra como foi Adão conseguiria cumprir toda lei com somente a sua natureza. Mais ainda, sendo criado num estado de natureza íntegra e elevada.<br /><br />Nâo só os auxílios extrínsecos, mas também intrínsecos, pois num estado de natureza pura, o homem necessitaria de auxílios intrínsecos (honestos pensamentos e sentimentos), mas esses se distinguem da graça, enquanto têm em vista um fim natural, e se ordenam ao fim último natural do homem, que é a beatitude natural.<br /><br />Se a Igreja conhecesse a Verdade em sua plenitude, conheceria a essência de Deus, que é incognoscível, a não ser para Ele mesmo.<br /><br />Quanto às verdades religiosas, ou teológicas, geralmente é feita uma classificação. Algumas são verdades reveladas por Deus, portanto, imutáveis, mas não plenas. Outras verdades são deduzidas dessas verdades reveladas, com o auxílio da razão. E algumas até são livres ou só são toleradas.<br /><br />Um exemplo é a resposta que tomistas e escotistas dão à questão: Por que o nosso Deus se encarnou? Isto é, se a encarnação ocorreria com ou sem o pecado original.<br /><br />a respeito da classificação que os teólogos dão às verdades da teologia, e a sua natureza falível e infalível, reformável e irreformável, sem me ater ao que obriga o Código de Direito Canônico. Pois bem, em termos práticos, é mais útil nos atermos ao texto do Código de Direito Canônico, que divide assim em dois graus o assentimento que os católicos devem ter com os textos do Magistério:<br /><br />Os textos do magistério papal e do colégio episcopal, quando estes agem como doutores e juízes da fé e dos costumes, são infalíveis. Podem variar quanto à matéria, pois algumas verdades são contidas na Palavra de Deus escrita ou transmitida pela tradição, o objeto primário da infalibilidade, enquanto outras verdades são propostas como definitivas, pelo fato de agregarem, ao dado da fé, elementos não revelados ou ainda não explicitamente reconhecidos como tais; são o objeto secundário da infalibilidade.<br /><br />A esses dois tipos de verdades tratadas acima, devemos assentimento definitivo de fé, diferindo, todavia, no objeto sobre o qual repousa esse assentimento: enquanto, no primeiro, repousa diretamente sobre a fé na autoridade da Palavra de Deus, no segundo, repousa sobre a fé na assistência do Espírito Santo dada à Igreja.<br /><br />Outra categoria de verdades ou ensinamentos do Magistério são aqueles não definitivos: os ensinamentos autênticos. A esses devemos assentimento religioso de inteligência e vontade, que não chegue a ser de fé (Cân. 752).<br /><br />Uma dúvida que tenho é se o Código prevê algum tipo de sanção além da que está descrita no Cân. 751, para quem negar as verdades definitivas, as quais também prestamos assentimento da fé, e os ensinamentos não definitivos do magistério autêntico. O Cân. 751 parece ser restritivo ao classificar o delito de heresia como sendo a negação pertinaz de uma verdade de fé divina e católica (verdade revelada) após o batismo.<br /><br />Há também um caráter bastante subjetivo que dificulta o homem de alcançar a Verdade: o pecado.<br /><br />Sabemos que o pecado causou uma séria desordem na natureza humana. O homem, além disso, perdeu todos os dons preternaturais.<br /><br />Fazendo uma análise 'antropológica' da religião, percebemos com facilidade que o homem sempre procurou a Deus. É umainclinação natural a Deus, dificultada pelo pecado, é verdade, mas sempre presente. É poss´vel reparar, porém, que algumas religiões estiveram muito longe da Verdade, especialmente as que realizavam sacrifícios humanos (atentando contra a própria Lei Natural).<br /><br />Além disso, a soberba pode ser uma terrível trave no olho da pessoa. Devido ao pecado, o homem possui uma natural tendência de fechar-se em si mesmo, em um comodismo terrível que o impede de caminhar rumo a luz. Chega-se a um ponto de obstinação no erro, mesmo.<br /><br />Analisando a história dos grandes hereges, notamos esse ponto em comum. Um grande apego às opiniões pessoais em detrimento com o ensinamento perene da Igreja. Essa terrível falta de humildade levou ás mais lamentáveis divisões entre os cristãos ao longo dos séculos.<br /></span><div style="font-family: Georgia, ';"><br /><span style="font-size: 17px;">Autor: David A. Conceição, <span style="font-style: italic; font-weight: bold;">Sementes do Verbo e a plenitude da Verdade</span></span><span style="font-size: 17px;"><span style="font-style: italic; font-weight: bold;"> </span>– Rio de Janeiro, maio de 2012, blogue Apostolado Tradição em Foco com Roma.</span></div><br /><div style="font-family: Georgia, ';"><br /><span style="font-size: 17px;"><br /></span></div><br /><div style="font-family: Georgia, ';"><br /><span style="font-size: 17px;">Fonte: </span><a href="http://www.tradicaoemfococomroma.com/2012/05/sementes-do-verbo-e-plenitude-da.html" style="font-family: georgia; line-height: 1.6em;">http://www.tradicaoemfococomroma.com/2012/05/sementes-do-verbo-e-plenitude-da.html</a></div><br /></div><br /></div><br />

Sementes do Verbo e a plenitude da Verdade

Até que ponto as Sementes do Verbo se fazem presentes nas outras religiões? Esta visão que olha as religiões falsas apenas como embustes do ...

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Por que o ateísmo é tão comum nas universidades?

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Assédio moral nas organizações por Luiz Carlos da Cruz Iorio

<span id="iCont"></span><br /><br /><div class="barra-ferramentas"><br /> <div class="f-left" style="text-align: justify;"><br /> <br /> <br /> </div><br /><div class="separador-padrao2" style="text-align: justify;"><br /> <a class="bt-facebook-pqn" href="http://www.blogger.com/null" title="Facebook"> </a><br /> <a class="bt-twitter-pqn" href="http://www.blogger.com/null" title="Twitter"> </a><a class="bt-orkut-pqn" href="http://www.blogger.com/null" title="Orkut"></a> <br />  </div><br /></div><br /><div style="text-align: justify;"><br /><b>Resumo:</b> O assédio moral remete a práticas de humilhações, <br />perseguição e ameaças nos locais de trabalho, componentes todos de um <br />processo de violência psicológica que pode chegar até arriscar a vida da<br /> vítima. As atitudes hostis como à deterioração proposital das condições<br /> de trabalho, o isolamento e recusa de comunicação, atentados contra a <br />dignidade e o uso da violência verbal, física ou sexual.</div><br /><div style="text-align: justify;"><br /><b>Sumário: </b>1. Introdução. 2. Assédio moral no trabalho. 2.1. O <br />que é assédio moral no trabalho? 2.2. Fases da humilhação no trabalho. <br />2.3. A explicitação do assédio moral. 2.4. Os espaços da humilhação. <br />2.5. Políticas de reafirmação da humilhação nas empresas. 3. Entendendo o<br /> processo psicológico do assédio moral.4. Contexto global organizacional<br /> e relações laborais em Santa Catarina que podem propiciar o assédio <br />moral. 5. A busca de indenização por danos morais pelas vítimas do <br />assédio moral. 6. Jurisprudência, acórdão. 7. Conclusão. Referências <br />Bibliográficas.    </div><br /><div style="text-align: justify;"><br /><b>1. INTRODUÇÃO</b></div><br /><div style="text-align: justify;"><br />O assédio moral remete a práticas de humilhações, perseguição e <br />ameaças nos locais de trabalho, componentes todos de um processo de <br />violência psicológica que pode chegar até arriscar a vida da vítima. As <br />atitudes hostis como à deterioração proposital das condições de <br />trabalho, o isolamento e recusa de comunicação, atentados contra a <br />dignidade e o uso da violência verbal, física ou sexual - uma das <br />modalidades do assédio moral que não será tratada aqui - constituem os <br />meios pelos qual o agressor atinge as vítimas do assédio moral <br />(HIRIGOYEN, 200l). </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Os estudos iniciais sobre hostilidade no ambiente do trabalho, sob a <br />ótica organizacional, são atribuídos a Heinz Leymann, responsável pela <br />introdução do termo "mobbing" no universo trabalhista sueco na década de<br /> 80 do século passado. Outros termos usados: "bullying" e "harassment" <br />nos EUA, "psicoterror ou acoso moral" na Espanha; "harcèlement moral" na<br /> França e "Ijime" no Japão (HIRIGOYEN, 2002, BARRETO, 2000). </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />O termo "assédio moral" é a nomenclatura adotada no Brasil e surge, <br />oficialmente, no campo do direito administrativo municipal em 1999 <br />através do Projeto de Lei sobre Assédio Moral, encaminhado para a Câmara<br /> Municipal de São Paulo, que dispõe sobre a aplicação de penalidades à <br />prática desse comportamento entre o funcionalismo da administração <br />pública municipal direta, inspirado na pesquisa realizada na França por <br />Marie-France Hirigoyen e publicada com o titulo "Le harcèlment moral: la<br /> violence perverse au quotidien"(1998). A tradução da sua obra para o <br />português, em 2000, e a defesa da dissertação de Mestrado de Barreto <br />sobre a jornada de humilhação dos empregados adoecidos no trabalho <br />(2000) foram os responsáveis pela repercussão do tema no Brasil. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />O objetivo deste trabalho é aprofundar no entendimento do processo de<br /> assédio moral nas organizações a partir dos estudos de Hirigoyen e <br />Barreto, fundamentalmente, e da análise de relatos registrados em <br />processos judiciais trabalhistas por danos morais em Santa Catarina e à <br />luz do contexto organizacional brasileiro que, pelas suas <br />características histórico-culturais, pode propiciar a crença de que <br />muitas condutas de assédio moral obedecem a respostas "normais" que <br />surgem na interação organizacional e nas relações de trabalho. A <br />escravidão terminou, mas o assédio moral continua sendo uma prática <br />muito comum nas organizações contemporâneas, onde os trabalhadores estão<br /> sendo submetidos ao um forte processo de vulnerabilização. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Analisamos cinco casos diferentes de trabalhadores de Santa Catarina <br />demitidos, ligados às diversas organizações através de litígios <br />trabalhistas, com pedidos de indenização por danos morais para reparação<br /> pecuniária dos maus tratos e humilhações ocorridos no espaço do <br />trabalho durante a vigência da relação contratual, tendo como fonte <br />principal os Acórdãos do Tribunal Regional do Trabalho de Santa <br />Catarina, com o intuito de observar a correlação entre a indenização por<br /> dano moral e assédio moral no local de trabalho.</div><br /><div style="text-align: justify;"><br /><b>2. - ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO</b></div><br /><div style="text-align: justify;"><br />O que é assédio moral?</div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Assediar moralmente, segundo Barreto (2002, p. 2), é uma: "exposição <br />prolongada e repetitiva a condições de trabalho que, deliberadamente, <br />vai sendo degradado. Surge e se propaga em relações hierárquicas <br />assimétricas, desumanas e sem ética, marcada pelo abuso de poder e <br />manipulações perversas". </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />O abuso do poder, de forma repetida e sistematizada durante um <br />período longo de tempo, constitui a principal característica do assédio <br />moral, configurando a prática da perversidade no local de trabalho <br />(HIRIGOYEN, 2000; BARRETO, 2002; MOURA, 2002; FREITAS, 200I). Mas no <br />assédio moral o abuso de poder não se dá de uma forma explicita.</div><br /><div style="text-align: justify;"><br />O perverso do abuso do poder se estabelece subtilmente, através de <br />estratagemas, por vezes até sob uma máscara de ternura ou bem-querer. O <br />parceiro não tem consciência de estar havendo violência, pode até, não <br />raro, ter a impressão de que é ele quem conduz o jogo. Nunca há conflito<br /> aberto. Se essa violência tem condições de se exercer de forma <br />subterrânea, é porque se dá a partir de uma verdadeira distorção da <br />relação entre o perverso e seu parceiro (BARRETO, 2000, p. 218). </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />A não explicitação do conflito é um elemento fundamental: se existe <br />assédio moral, é justamente porque nenhum conflito pôde ser explicitado.<br /> No conflito, as recriminações são faladas, a guerra é aberta, enquanto <br />que por trás de todo procedimento de assédio moral existe o não falado e<br /> o escondido. "Não são expressos em tom de cólera, e sim em tom glacial,<br /> de quem enuncia uma verdade ou uma evidência" (HIRIGOYEN, 2001, p. <br />135). </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />É necessário, portanto, distinguir a comunicação verdadeira e <br />simétrica, mesmo que gerada na esfera de um conflito, daquela <br />comunicação perversa, subliminar, sub-reptícia, composta de <br />subterfúgios, porque esta é uma das armas usadas pelo agressor para <br />atingir sua vítima: "junção de subentendidos e de não-ditos, destinada a<br /> criar um mal-entendido, para em seguida explorá-lo em proveito próprio"<br /> (HIRIGOYEN, 2001, p. 117).</div><br /><div style="text-align: justify;"><br />O agressor é freqüentemente, mas não necessariamente, o chefe; <br />segundo Hirigoyen (200l) o assédio moral pode provir do comando <br />hierárquico (vertical), de colegas da mesma hierarquia funcional <br />(horizontal), da omissão do superior hierárquico diante de uma agressão <br />(descendente), ou caso raro, quando o poder, por alguma razão, não está <br />com o comando superior e sim nas mãos do subalterno (ascendente). Mas <br />quem detém o poder pode mais facilmente abusar dele, sobre tudo quando <br />se trata de chefes considerados medíocres profissionalmente, com baixa <br />auto-estima e, conseqüentemente, necessidade de ser admirado e <br />destacado. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />As pessoas mais susceptíveis de se tornarem vítimas do assédio moral <br />são aqueles empregados que apresentam algumas diferenças com respeito <br />aos padrões estabelecidos. Hirigoyen (2002) define os seguintes tipos <br />discriminatórios: assédio moral por motivos raciais ou religiosos; <br />assédio em função de deficiência física ou doença; assédio em função de <br />orientações sexuais; assédio discriminatório de representantes de <br />funcionários e representantes sindicais. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Também pessoas “atípicas”, “excessivamente competentes ou que ocupem <br />espaço demais”, aliadas a grupos divergentes da administração, <br />“improdutivas” ou temporariamente fragilizado por licenças de saúde <br />tornam-se o alvo das perseguições por assédio moral. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Por sua vez, Barreto (2003a) tipifica os seguintes empregados <br />passíveis de violência no local de trabalho: os adoecidos, os <br />sindicalizados, os acima de 40 anos, os criativos, os sensíveis à <br />injustiça e ao sofrimento alheio, os questionadores das políticas de <br />metas inatingíveis e da expropriação do tempo com a família, àqueles que<br /> fazem amizades facilmente e dominam as informações no coletivo.</div><br /><div style="text-align: justify;"><br /><b>2.1 - E o que é assédio moral no trabalho?</b></div><br /><div style="text-align: justify;"><br />É a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações <br />humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a <br />jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em<br /> relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam <br />condutas negativas, relações desumanas e aéticas de longa duração, de um<br /> ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinado(s), desestabilizando a<br /> relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, <br />forçando-o a desistirem do emprego.</div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Caracteriza-se pela degradação deliberada das condições de trabalho <br />em que prevalecem atitudes e condutas negativas dos chefes em relação a <br />seus subordinados, constituindo uma experiência subjetiva que acarreta <br />prejuízos práticos e emocionais para o trabalhador e a organização. A <br />vítima escolhida é isolada do grupo sem explicações, passando a ser <br />hostilizada, ridicularizada, inferiorizada, culpabilizada e <br />desacreditada diante dos pares. Estes, por medo do desemprego e a <br />vergonha de serem também humilhados associado ao estímulo constante à <br />competitividade, rompem os laços afetivos com a vítima e, <br />freqüentemente, reproduzem e reatualizam ações e atos do agressor no <br />ambiente de trabalho, instaurando o 'pacto da tolerância e do silêncio' <br />no coletivo, enquanto a vitima vai gradativamente se desestabilizando e <br />fragilizando, 'perdendo' sua auto-estima.</div><br /><div style="text-align: justify;"><br />O desabrochar do individualismo reafirma o perfil do 'novo' <br />trabalhador: 'autônomo, flexível', capaz, competitivo, criativo, <br />agressivo, qualificado e empregável. Estas habilidades o qualificam para<br /> a demanda do mercado que procura a excelência e saúde perfeita. Estar <br />'apto' significa responsabilizar os trabalhadores pela <br />formação/qualificação e culpabilizá-los pelo desemprego, aumento da <br />pobreza urbana e miséria, desfocando a realidade e impondo aos <br />trabalhadores um sofrimento perverso.</div><br /><div style="text-align: justify;"><br />A humilhação repetitiva e de longa duração interfere na vida do <br />trabalhador e trabalhadora de modo direto, comprometendo sua identidade,<br /> dignidade e relações afetivas e sociais, ocasionando graves danos à <br />saúde física e mental*, que podem evoluir para a incapacidade <br />laborativa, desemprego ou mesmo a morte, constituindo um risco <br />invisível, porém concreto, nas relações e condições de trabalho.</div><br /><div style="text-align: justify;"><br />A violência moral no trabalho constitui um fenômeno internacional <br />segundo levantamento recente da Organização Internacional do Trabalho <br />(OIT) com diversos paises desenvolvidos. A pesquisa aponta para <br />distúrbios da saúde mental relacionado com as condições de trabalho em <br />países como Finlândia, Alemanha, Reino Unido, Polônia e Estados Unidos. <br />“As perspectivas são sombrias para as duas próximas décadas, pois <br />segundo a OIT e Organização Mundial da Saúde, estas serão as décadas do <br />‘mal estar na globalização”, onde predominará depressões, angustias e <br />outros danos psíquicos, relacionados com as novas políticas de gestão na<br /> organização de trabalho e que estão vinculadas as políticas <br />neoliberais.</div><br /><div style="text-align: justify;"><br /><b>2.2 - Fases da humilhação no trabalho</b></div><br /><div style="text-align: justify;"><br />A humilhação no trabalho envolve os fenômenos vertical e horizontal.</div><br /><div style="text-align: justify;"><br />O fenômeno vertical se caracteriza por relações autoritárias, <br />desumanas e aéticas, onde predomina os desmandos, a manipulação do medo,<br /> a competitividade, os programas de qualidade total associado a <br />produtividade. Com a reestruturação e reorganização do trabalho, novas <br />características foram incorporadas à função: qualificação, poli <br />funcionalidade, visão sistêmica do processo produtivo, rotação das <br />tarefas, autonomia e 'flexibilização'. Exige-se dos trabalhadores/as <br />maior escolaridade, competência, eficiência, espírito competitivo, <br />criatividade, qualificação, responsabilidade pela manutenção do seu <br />próprio emprego (empregabilidade) visando produzir mais a baixo custo.</div><br /><div style="text-align: justify;"><br />A 'flexibilização' inclui a agilidade das empresas diante do mercado,<br /> agora globalizado, sem perder os conteúdos tradicionais e as regras das<br /> relações industriais. Se para os empresários competir significa <br />'dobrar-se elegantemente' ante as flutuações do mercado, com os <br />trabalhadores não acontece o mesmo, pois são obrigados a adaptar-se e <br />aceitar as constantes mudanças e novas exigências das políticas <br />competitivas dos empregadores no mercado global. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />A "flexibilização", que na prática significa desregulamentação para <br />os trabalhadores/as, envolve a precarização, eliminação de postos de <br />trabalho e de direitos duramente conquistados, assimetria no contrato de<br /> trabalho, revisão permanente dos salários em função da conjuntura, <br />imposição de baixos salários, jornadas prolongadas, trabalharem mais com<br /> menos pessoas, terceirização dos riscos, eclosão de novas doenças, <br />mortes, desemprego massivo, informalidade, bicos e subempregos, <br />dessindicalização, aumento da pobreza urbana e viver com incertezas. A <br />ordem hegemônica do neoliberalismo abarca reestruturação produtiva, <br />privatização acelerada, estado mínimo, políticas fiscais etc. que <br />sustentam o abuso de poder e manipulação do medo, revelando a degradação<br /> deliberada das condições de trabalho.</div><br /><div style="text-align: justify;"><br />O fenômeno horizontal está relacionado à pressão para produzir com <br />qualidade e baixo custo. O medo de perder o emprego e não voltar ao <br />mercado formal favorece a submissão e fortalecimento da tirania. O <br />enraizamento e disseminação do medo no ambiente de trabalho reforçam <br />atos individualistas, tolerância aos desmandos e práticas autoritárias <br />no interior das empresas que sustentam a 'cultura do contentamento <br />geral'. Enquanto os adoecidos ocultam a doença e trabalham com dores e <br />sofrimentos, os sadios que não apresentam dificuldades produtivas, mas <br />que 'carregam' a incerteza de vir a tê-las, mimetiza o discurso das <br />chefias e passam a discriminar os 'improdutivos', humilhando-os.</div><br /><div style="text-align: justify;"><br />A competição sistemática entre os trabalhadores incentivada pela <br />empresa, provoca comportamentos agressivos e de indiferença ao <br />sofrimento do outro. A exploração de mulheres e homens no trabalho <br />explicita a excessiva freqüência de violência vivida no mundo do <br />trabalho. A globalização da economia provoca, ela mesma, na sociedade <br />uma deriva feita de exclusão, de </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />desigualdades e de injustiças, que sustenta, por sua vez, um clima <br />repleto de agressividades, não somente no mundo do trabalho, mas <br />socialmente. Este fenômeno se caracteriza por algumas variáveis:</div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Dificuldade para enfrentar as agressões da organização do trabalho e interagir em equipe. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Rompimento dos laços afetivos entre os pares, relações afetivas frias<br /> e endurecidas, aumento do individualismo e instauração do 'pacto do <br />silêncio' no coletivo. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Comprometimento da saúde, da identidade e dignidade, podendo culminar em morte. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Sentimento de inutilidade. Descontentamento e falta de prazer no trabalho. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Aumento do absenteísmo, diminuição da produtividade. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Demissão forçada e desemprego. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />A organização e condições de trabalho, assim como as relações entre <br />os trabalhadores condicionam em grande parte a qualidade da vida. O que <br />acontece dentro das empresas é fundamental para a democracia e os <br />direitos humanos. Portanto, lutar contra o assédio moral no trabalho é <br />estar contribuindo com o exercício concreto e pessoal de todas as <br />liberdades fundamentais. É sempre positivo que associações, sindicatos, <br />coletivos e pessoas sensibilizadas individualmente intervenham para <br />ajudar as vítimas e para alertar sobre os danos a saúde deste tipo de <br />assédio.</div><br /><div style="text-align: justify;"><br /><b>2.3 A EXPLICITAÇÃO DO ASSÉDIO MORAL</b></div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Gestos, condutas abusivas e constrangedoras, humilhar repetidamente, <br />inferiorizar, amedrontar, menosprezar ou desprezar, ironizar, difamar, <br />ridicularizar, risinhos, suspiros, piadas jocosas relacionadas ao sexo, <br />ser indiferente à presença do/a outro/a, estigmatizar os/as adoecidos/as<br /> pelo e para o trabalho, colocá-los/as em situações vexatórias, falar <br />baixinho acerca da pessoa, olhar e não ver ou ignorar sua presença, rir <br />daquele/a que apresenta dificuldades, não cumprimentar, sugerir que <br />peçam demissão, dar tarefas sem sentido ou que jamais serão utilizadas <br />ou mesmo irão para o lixo, dar tarefas através de terceiros ou colocar <br />em sua mesa sem avisar, controlar o tempo de idas ao banheiro, tornar <br />público algo íntimo do/a subordinado/a, não explicar a causa da <br />perseguição, difamar, ridicularizar.</div><br /><div style="text-align: justify;"><br /><b>2.4 OS ESPAÇOS DA HUMILHAÇÃO</b></div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Nas empresas:</div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Começar sempre reunião amedrontando quanto ao desemprego ou ameaçar constantemente com a demissão. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Subir em mesa e chamar a todos de incompetentes. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Repetir a mesma ordem para realizar uma tarefa simples centenas de <br />vezes até desestabilizar emocionalmente o trabalhador ou dar ordens <br />confusas e contraditórias. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Sobrecarregar de trabalho ou impedir a continuidade do trabalho, negando informações. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Desmoralizar publicamente, afirmando que tudo está errado ou elogiar,<br /> mas afirmar que seu trabalho é desnecessário à empresa ou instituição. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Rir a distância e em pequeno grupo; conversar baixinho, suspirar e executar gestos os direcionado ao trabalhador. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Não cumprimentar e impedir os colegas de almoçarem, cumprimentarem ou<br /> conversarem com a vítima, mesmo que a conversa esteja relacionada à <br />tarefa. Querer saber o que estavam conversando ou ameaçar quando há <br />colegas próximos conversando. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Ignorar a presença do/a trabalhador/a. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Desviar da função ou retirar material necessário à execução da tarefa, impedindo o trabalho. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Exigir que fizesse horários fora da jornada. Ser trocado/a de turno, sem ter sido avisado/a. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Mandar executar tarefas acima ou abaixo do conhecimento do trabalhador. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Voltar de férias e ser demitido/a ou ser desligado/a por telefone ou telegrama em férias. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Hostilizar, não promover ou premiar colega mais novo/a e <br />recém-chegado/a empresa e com menos experiência, como forma de <br />desqualificar o trabalho realizado. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Espalhar entre os colegas que o/a trabalhador/a está com problemas nervosos. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Sugerir que peça demissão, por sua saúde. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Divulgar boatos sobre sua moral. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br /><b>2.5 POLÍTICA DE REAFIRMAÇÃO DA HUMILHAÇÃO NAS EMPRESAS</b></div><br /><div style="text-align: justify;"><br />a) com todos os trabalhadores:</div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Estimular a competitividade e individualismo, discriminando por sexo:<br /> cursos de aperfeiçoamento e promoção realizada preferencialmente para <br />os homens.</div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Discriminação de salários segundo sexo. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Passar lista na empresa para que os trabalhadores/as se comprometam a<br /> não procurar o Sindicato ou mesmo ameaçar os sindicalizados. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Impedir que as grávidas sentassem durante a jornada ou que façam consultas de pré-natal fora da empresa. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Fazer reunião com todas as mulheres do setor administrativo e <br />produtivo, exigindo que não engravidem, evitando prejuízos à produção. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Impedir de usar o telefone em casos de urgência ou não comunicar aos <br />trabalhadores/as os telefonemas urgentes de seus familiares. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Impedir de tomar cafezinho ou reduzir horário de refeições para 15 minutos. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Refeições realizadas no maquinário ou bancadas. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Desvio de função: mandar limpar banheiro, fazer cafezinho, limpar posto de trabalho, pintar casa de chefe nos finais de semana. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Receber advertência em conseqüência de atestado médico ou por que reclamou direito. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />b) discriminação aos adoecidos e acidentados que retornam ao trabalho</div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Ter outra pessoa no posto de trabalho ou função. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Colocar em local sem nenhuma tarefa e não dar tarefa. Ser colocado/a <br />sentado/a olhando os outros trabalhar, separados por parede de vidro <br />daqueles que trabalham. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Não fornecer ou retirar todos os instrumentos de trabalho. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Isolar os adoecidos em salas denominadas dos 'compatíveis'. Estimular<br /> a discriminação entre os sadios e adoecidos, chamando-os <br />pejorativamente de 'podres, fracos, incompetentes, incapazes'. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Diminuir salários quando retornam ao trabalho. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Demitir após a estabilidade legal. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Ser impedido de andar pela empresa. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Telefonar para a casa do funcionário e comunicar à sua família que ele ou ela não quer trabalhar. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Controlar as idas a médicos, questionar acerca do falado em outro espaço. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Impedir que procurassem médicos fora da empresa. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Desaparecer com os atestados. Exigir o Código Internacional de Doenças - CID - no atestado como forma de controle. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Colocar guarda controlando entrada e saída e revisando as mulheres. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Não permitir que conversem com antigos colegas dentro da empresa.  </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Colocar um colega controlando o outro colega, disseminando a vigilância e desconfiança. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Dificultar a entregar de documentos necessários à concretização da perícia Médica pelo INSS. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Omitir doenças e acidentes. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Demitir os adoecidos ou acidentados do trabalho. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br /><b>3. Entendendo o processo psicológico do assédio moral</b></div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Segundo Hirigoyen (2001), a primeira é a fase da sedução perversa, no<br /> inicio do relacionamento, envolvendo-se a vítima com o processo de <br />desestabilização e perda progressiva da autoconfiança através de <br />constantes humilhações que diminuem os valores morais do indivíduo e <br />aniquilam a suas defesas. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />A humilhação "é um sentimento de ser ofendido, menosprezado, <br />rebaixado, inferiorizado, submetido, vexado e ultrajado pelo outro. É <br />sentir-se ninguém, sem valor, inútil" (BARRETO, 2000, p. 218). </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />O trabalhador assediado moralmente, a princípio, não é passivo e nem <br />dócil como o "homem-boi" de Taylor. Torna-se vítima porque reage às <br />ações do agressor e por não concordar com a postura administrativa <br />adotada por ele enquanto detentor do poder. Neste sentido, pontua <br />Freitas (200, p.11) que "é o assédio que desencadeia a reação, posto que<br /> a vítima reaja ao autoritarismo. <br />É, pois, a sua recusa a <br />submeter-se à autoridade, apesar das pressões, que a designa como alvo".<br /> No assédio moral, segundo Hirigoyen (2002, p. 27), "não se observa mais<br /> uma relação simétrica como no conflito, mas uma relação <br />dominante-dominado, na qual aquele que comanda o jogo procura submeter o<br /> outro até fazê-lo perder a identidade" através de "uma fria <br />racionalidade, combinada a uma incapacidade de considerar os outros como<br /> seres humanos" (HIRIGOYEN, 2001, p. 13). Viram-se instrumentos, meros <br />objetos, e assim é consumado o ato de "coisificar". </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />A segunda etapa, da violência manifesta, com a vítima já envolvida, é<br /> pontuada de estratégias de violências e de agressões aplicada aos <br />poucos. Segundo Hirigoyen (200l), o enredamento, já na fase da violência<br /> manifesta, comporta um inegável componente destrutivo porque a vítima <br />não tem mais resistência para reagir e o agressor usa e abusa dos seus <br />poderes para manipular o indivíduo "coisificado". </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Uma vez implantado o assédio moral, com a dominação psicológica do <br />agressor e a submissão forçada da vítima, a dor e o sentimento de <br />perseguição passam para a esfera do individual, sem uma participação do <br />coletivo. A presença do individualismo nas relações de trabalho tem uma <br />função desarticuladora: "cada um sofre no seu canto sem compartilhar <br />suas dificuldades com um grupo solidário", explica Hirigoyen (2002, p. <br />26). A solidariedade dos colegas dificilmente aparece no momento da <br />humilhação. A dor sentida não é compartilhada e nem compreendida. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />A constante desqualificação a que é submetida à vítima conduz ela a <br />pensar que "ela merece o que lhe aconteceu", "ela estava pedindo isso". <br />Assim é que acontece o deslocamento da culpa: o trabalhador moralmente <br />assediado internaliza sua culpa e acredita que tem uma efetiva <br />participação na sua doença. Essa etapa, difícil de ser rompida, coincide<br /> com as radicais tentativas de solucionar o problema. Em palavras de <br />Barreto (2000, p. 148) "a vida perde o sentido transformando a vivência <br />em sofrimento, num contexto de doenças, desemprego, procuras, desamparo,<br /> medo, desespero, tristeza, depressão e tentativas de suicídio". </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Quando a vítima, de fato, começa a sentir os sinais da doença, <br />aparece outro sintoma: a ocultação do problema. A atitude está <br />diretamente relacionada ao medo de perder o emprego e por isso, como <br />tática, o trabalhador não declara abertamente a sua doença e prefere <br />sofrer sozinho. Uma vez adoecido, sem nenhuma alternativa, o caminho <br />para o trabalhador é afastamento do trabalho que, ao princípio, é por <br />licença para tratamento da doença apresentada; em seguida, a demissão <br />propriamente dita como conseqüência da inadequação do trabalhador <br />adoecido aos padrões de produção da organização. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />A vítima não se liberta totalmente com o afastamento do local de <br />trabalho ou do agressor. Não convive mais diariamente com a prática da <br />violência, mas carrega consigo toda angustia do período: "as agressões <br />ou as humilhações permanecem inscritas na memória e são revividas por <br />imagens, pensamentos, emoções intensas e repetitivas, seja durante o <br />dia, com impressões bruscas, de iminência de uma situação idêntica, ou <br />durante o sono, provocando insônias e pesadelos" (HIRIGOYEN, 2001, p. <br />183). </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />O suicídio pode ser o ponto final. Para Barreto (2000, p. 242) <br />"quando o homem prefere a morte à perda da dignidade, se percebe muito <br />bem como a saúde, trabalho, emoções, ética e significado social se <br />configuram num mesmo ato, revelando a patogenicidade da humilhação". </div><br /><div style="text-align: justify;"><br /><b>4. Contexto Global Organizacional e Relações Laboram na Bahia que podem propiciar o Assédio Moral</b></div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Sem sombra de dúvidas, a globalização intensificou a alteração nas <br />relações interpessoais, atribuindo uma nova ordem e um novo modelo de <br />comportamento de tal configuração que os conflitos internos, <br />anteriormente não aflorados ou superficialmente expostos, passaram a ser<br /> mais acentuados, mas não por isto mais explícitos. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />O denominado assédio moral, com as suas práticas de humilhação, <br />perseguição, rebaixamento, ameaças sistemáticas, tornou-se um modo de <br />relacionamento entre os empregados e os empregadores nos locais de <br />trabalho no contexto organizacional contemporâneo, onde os <br />trabalhadores: tornam-se mais frágeis, propensos a sofrer violência <br />psicológica estimulada por um super-poder empresarial, decido a torná-lo<br /> máquinas produtivas, invocando, por meio de práticas de controle e de <br />vulnerabilização, o direito à posse e da alma do coletivo que produz <br />(BATISTA, 2003, p.1)<br /> A pós-industrialização trouxe o <br />desenraizamento das instituições perenes de emprego e o desemprego. São <br />criadas novas teorias sobre ocupação e auto-emprego, que substituam o <br />papel que o emprego tinha no desenvolvimento de uma identidade <br />profissional, tão cobrada no reconhecimento social da cultura moderna. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Surge um novo conceito: a empregabilidade, e com ele o auge dos <br />experts, tecnocratas estrategistas e empreendedores, de saúde <br />"perfeita", convictos do seu papel na organização, polivalentes e <br />disponíveis, de emoções flexibilizadas e abertos a mudanças (GUERRERO <br />RAMOS, 1989; HARVEY, 1993; ENRIQUEZ, 1997, BARRETO, 2000). </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Como super-heróis, muitos deles se constituem nos líderes fazedores e<br /> disseminadores dos novos valores consumistas que, com a fórmula mágica <br />de sua sedução perversa, pretendem dar sentidas as vidas dos indivíduos <br />nas organizações, principalmente, para administrar melhor seu tempo e <br />seu estresse em função do grande deus da modernidade: a produtividade. <br />As<br /> pessoas nas organizações terminam vivendo em função da produtividade e <br />do medo de virar improdutivos e, assim, presos da armadilha estratégica <br />(ENRIQUEZ, l997), o seu caráter é corroído (SENNETT, 200l), a sua <br />subjetividade "seqüestrada" (FARIA e KANASHIRO, 2001) e o seu <br />ser-sujeito coisificado. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Esta poderia ser a descrição de uma parodia da realidade, mas, em <br />verdade, as mudanças nas condições de trabalho estão criando a <br />fragmentação da identidade, uma das grandes conseqüências da modernidade<br /> (GIDDENS, 1991). Por isso, observa Geertz (1989, p. 174), "a era do <br />sujeito alienado parece impedir a construção consciente de futuros <br />sociais alternativos [e] cada vez mais vivemos vidas padronizadas de <br />desespero". </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Desde que a "coisificação" do trabalhador parece ter se intensificado<br /> nas relações trabalhistas das organizações contemporâneas, ao deixar de<br /> ser instrumentos para virar fins (WOOD, l992), o assédio moral poderia <br />ser considerado como comportamento resultante das atuais exigências <br />impostas às organizações pela globalização. Mas a "era da globalização" <br />não criou o assédio moral: os maus tratos sempre foram "estilos" de <br />intensificação da produtividade dos trabalhadores, fato muito evidente <br />na tradição cultural brasileira.</div><br /><div style="text-align: justify;"><br /> Pedagogos e filósofos como Paulo Freire (1987) e Leonardo Boff <br />(1999), historiadores como Caio Prado (1972), Raymundo Faoro (1979), <br />Sérgio Buarque de Holanda (1984) e Darcy Ribeiro (1995), economistas <br />como Celso Furtado (1964) e Francisco de Oliveira (1990), sociólogos <br />como Florestán Fernandes (1978) e Otávio Ianni (1987), antropólogos como<br /> Roberto DaMatta (1980; 1982; 1991) e Lívia Barbosa (1992), <br />administradores como Guerreiro Ramos (1996). Mais recentemente, Prestes <br />Motta (1997), entre outros, todos coincidem em afirmar que a base da <br />cultura brasileira é o engenho, reconhecendo a relevância das relações <br />sociais estabelecidas na Casa Grande e a Senzala como foram relatadas <br />por Gilberto Freyre (1973) e indo mais além: a ambigüidade das relações <br />propiciou o "jeitinho brasileiro", que faz com que o conflito seja <br />omitido e a situação dos privilegiados perpetuada. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />A convivência normal com as relações hierárquicas caracterizadas por <br />uma grande concentração de poder faz com que seu abuso seja socialmente <br />aceito. Desta forma, a elite representante da "casa grande" continua a <br />controlar e dominar a população (FAORO, 1979), perpetuando nas <br />organizações locais relações paternalistas com envolvimentos <br />ambiguamente cordial-afetivos e autoritário-violentos (PRESTES MOTTA, <br />1997) que poderíamos equiparar com as fases da sedução perversa e <br />manifestação da violência, respectivamente, do assédio moral segundo <br />Hirigoyen (200l). </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Num mundo onde tudo está construído de cima para baixo e <br />desarticulado por relações personalista-individualistas, a culpa é <br />sempre dos outros, sublinhando a autonomia, o auto-respeito e a <br />auto-estima (PRESTES MOTTA, 1997). Fenômeno que dificulta a <br />autodeterminação, a iniciativa, o senso crítico e a capacidade de <br />decisão que caracterizam a postura de espectador dos liderados (FREIRE, <br />1987; BOFF, 1999; CALDAS, 1997), facilmente susceptíveis de ser <br />fragmentados na sua identidade, seqüestrados na sua subjetividade, <br />corroídos no seu caráter e, em definitivo, assediados na sua moral. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br /><b>5. A busca de indenização por danos morais pelas vítimas do assédio moral</b></div><br /><div style="text-align: justify;"><br />O dano moral, conforme Pamplona Filho (2002, p. 52), </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />"É aquele que lesiona a esfera personalíssima da pessoa (seus <br />direitos da personalidade), violando, por exemplo, a sua intimidade, <br />vida privada, honra e imagem, bens jurídicos tutelados <br />constitucionalmente". </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />As causas trabalhistas, com pedidos de indenização por danos morais, <br />refletem a não aceitação da subordinação imposta pelo empregador e podem<br /> ser interpretadas como sinal de resistência aos desmandos no local de <br />trabalho, inclusive como reação à impunidade dos que pratica o assédio <br />moral. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />A opção por estudar os processos trabalhistas, através de acórdãos, <br />atas e sentenças, está vinculada ao exame de casos concretos para <br />verificar a ocorrência de maus tratos e humilhações ao empregado e tem <br />como vantagem o registro oficial dos depoimentos, tanto do agredido <br />quanto do agressor ou seu preposto, além de permitir a apreciação dos <br />pareceres judiciais emitidos sobre o litígio trabalhista e a confirmação<br /> ou não da lesão à intimidade do trabalhador. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />É interessante esclarecer que acórdão é uma decisão final proferida <br />sobre um processo por um tribunal superior, como recurso de dissídio <br />individual, e que os litígios trabalhistas no Brasil são atribuições <br />decididas pela Justiça do Trabalho, órgão do Poder Judiciário, <br />estruturado em Tribunal Superior do Trabalho, Tribunais Regionais do <br />Trabalho e Juntas de Conciliação e Julgamento, conforme art. 111 da <br />Constituição Federal de 1988. <br />O método que utilizamos é a "análise <br />de conteúdo", seguindo as idéias defendidas por Carmo - Neto (1996) por <br />ser a sistemática mais adequada para extrair os dados de um processo <br />trabalhista, permitindo desvendar elementos encobertos e de buscar <br />informações essenciais a partir de uma nova leitura do seu conteúdo, <br />admitindo-se a inferência dos acontecimentos da relação conflituosa do <br />trabalho como resultado de "reflexões das entrelinhas, nas razões das <br />analogias, nas observações e comparações sobre freqüências, <br />características, aspectos culturais, morais, religiosos e pessoas" <br />(CARMO-NETO, 1996, p. 402). </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />A adoção dessa metodologia "vai além do texto, e se transfere, não <br />necessária ou diretamente para a consciência de quem o escreveu ou <br />produziu, mas para as razões inconscientes e involuntárias do plano do <br />discurso" (ibidem, p. 406). Realizamos um levantamento quantitativo de <br />244 acórdãos, concluídos e publicados entres os exercícios de 2000 a <br />2002, oriundos de processos trabalhistas com pedido de indenização por <br />dano moral, e permanecemos com cinco acórdãos, atas e sentenças, cujos <br />relatos demonstram a presença do assédio moral, manifestada através de <br />práticas de maus tratos, humilhações, perseguições, envolvendo os tipos <br />discriminatórios que serão relatados abaixo.</div><br /><div style="text-align: justify;"><br /><b>6. JURISPRUDÊNCIA, ACÓRDÃO</b></div><br /><div style="text-align: justify;"><br /><b>DAS EMENTAS DE JULGADOS PROCEDENTES A     CARACTERIZAÇÃO DO ASSÉDIO MORAL </b></div><br /><div style="text-align: justify;"><br />1)  Ac.-2ªT-Nº 01159/2007, RO 02174-2006-026-12-00-8, 11386/2006 DANO<br /> MORAL. ASSÉDIO. PROVA.  Para haver uma indenização por assédio moral, <br />há que ficar robustamente provado que uma das partes tenha se excedido <br />de modo que seus atos ou omissões, de forma dolosa ou culposa, tenha <br />resultado em danos à outra parte. PROVIMENTO PARCIAL. Mantido o valor da<br /> condenação fixado em 1º grau. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />2)  Ac.-1ªT-Nº 00784/2007, RO 00538-2006-026-12-00-5, 8235/2006, <br />INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. ASSÉDIO MORAL. A conduta abusiva da empresa <br /> violadora dos direitos da  personalidade que atenta, por sua repetição <br />ou sistematização, contra a dignidade, a integridade física ou psíquica <br />do trabalhador, ameaçando o seu emprego ou degradando o meio ambiente do<br /> trabalho, configura assédio moral e enseja o pagamento de  indenização a<br /> título de danos morais, nos termos dos arts. 5º, X, da CF e 186 do <br />Código Civil.</div><br /><div style="text-align: justify;"><br />3)  Ac.-1ªT-Nº 15212/2006 , RO 08806-2005-034-12-00-0, 8524/2006. <br />INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. ASSÉDIO MORAL. A conduta abusiva da empresa <br /> violadora dos direitos da  personalidade que atenta, por sua repetição <br />ou sistematização, contra a dignidade, a integridade física ou psíquica <br />do trabalhador, ameaçando o seu emprego ou degradando o meio ambiente do<br /> trabalho, configura assédio moral e enseja o pagamento de  indenização a<br /> título de danos morais, nos termos dos arts. 5º, X, da CF e 186 do <br />Código Civil. PROVIMENTO PARCIAL para acrescer à condenação o pagamento <br />de indenização por danos morais. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />4)  Ac.-3ªT-Nº 04319/2006, RO-V 00745-2005-008-12-00-7, 10051/2005, <br />INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. ASSÉDIO MORAL. A comprovação de que a <br />zombaria praticada pelos sócios da reclamada no ambiente de trabalho <br />contra o autor configurava muito mais do que uma simples brincadeira, <br />pois tinha o intuito de menosprezar o empregado e escarnecer dele em <br />razão de seu problema de visão, configura assédio moral, também <br />conhecida como “mobbing”, “bullying” ou “harcèlement moral”, no direito <br />internacional. Os efeitos da exposição prolongada e repetitiva a <br />situações humilhantes e vexatórias são deletérios à auto-estima da <br />pessoa e, no ambiente de trabalho, a prática tem a agravante de ocorrer <br />em uma relação hierarquizada, com forte dependência econômica do <br />trabalhador. Os danos decorrentes de tais atitudes devem ser <br />indenizados, servindo a condenação também para obtenção de um efeito <br />didático-pedagógico, a fim de que a conduta não mais se repita no <br />empreendimento. DAR-LHE PROVIMENTO para condenar a reclamada a pagar ao <br />autor indenização por danos morais.</div><br /><div style="text-align: justify;"><br />5) Ac.-2ªT-Nº 1118711187/2006 RO-V-A 00179-2005-019-12-00-7, 3755/2006. <b>ASSÉDIO MORAL - REPRESÁLIA POR TER INGRESSADO COM AÇÃO TRABALHISTA - CARACTERIZAÇÃO - INDENIZAÇÃO DEVIDA. </b>É<br /> devida a indenização postulada quando os atos da empregadora <br />caracterizam o assédio moral, havendo prova nos autos de que tenha <br />adotado práticas destinadas a deteriorar as condições de trabalho, <br />abusivas e maliciosas, com o fito de forçar o empregado a pedir <br />demissão. Se o assédio moral traduz represália contra o ajuizamento de <br />ação trabalhista, deve ser coibida ainda com maior rigor, por estar o <br />direito de petição dentre os mais necessários ao estabelecimento de um <br />Estado Democrático de Direito.</div><br /><div style="text-align: justify;"><br /><b>DAS EMENTAS E ACÓRDÃOS DE JULGADOS IMPROCEDENTES A     CARACTERIZAÇÃO DO ASSÉDIO MORAL </b></div><br /><div style="text-align: justify;"><br />1)    Ac.-2ªT-Nº 1318013180/2006, RO-V 00052-2006-022-12-00-1, <br />05173/2006. DANO MORAL. INDENIZAÇÃO. NÃO-CARACTERIZAÇÃO. A indenização <br />por dano moral só é devida quando o empregador, por dolo ou culpa, <br />pratica ato ilícito contra o empregado. Não tendo o trabalhador <br />demonstrado na prova colhida a ofensa ou assédio moral afirmados na <br />inicial, não faz jus à indenização. NEGAR‑LHE PROVIMENTO. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />2)   Ac.-3ªT-Nº 1128111281/2006, RO-V 05148-2005-035-12-00-1. 4025/2006. <br />ASSÉDIO<br /> MORAL. NEXO ETIOLÓGICO. NÃO-CONFIGURAÇÃO. Em que pese o duvidoso gosto <br />das brincadeiras a que estava o empregado submetido em seu local de <br />trabalho, não há como deferir o pleito de reparação de dano se não <br />evidenciada a agressão à integridade moral do trabalhador que, para <br />oferecer suporte ao ressarcimento, há de se denotar de forma inequívoca.<br /> NEGAR-LHE PROVIMENTO. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />3) Ac.-3ªT-Nº 1278612786/2006. RO-V 05198-2005-035-12-00-9. <br />3877/2006. DANO MORAL. PERSEGUIÇÃO E TERROR PSICOLÓGICO NO AMBIENTE DE <br />TRABALHO. CULPA DO EMPREGADOR NÃO DEMONSTRADA. EFEITOS. Para que se <br />impute a condenação ao pagamento de indenização por dano moral baseada <br />na responsabilização subjetiva contemplada no art. 186 do Código Civil <br />(art. 159 do Código Civil revogado) imperativa se torna a existência de <br />ação ou omissão do agente ou de terceiro (responsabilidade <i>in eligendo</i>),<br /> dolo ou culpa dessas pessoas, nexo causal e lesão extrapatrimonial. Não<br /> comprovado o liame de causalidade entre o alegado dano moral <br />(perseguição e terror psicológico no ambiente de trabalho) e o eventual <br />ato ilícito do demandado e inexistindo culpa do empregador, não há como <br />deferir a indenização pleiteada. NEGAR-LHE PROVIMENTO. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />4)  Ac.-3ªT-Nº 04222/2006. RO-V 07450-2005-035-12-00-4. 10646/2005. <b>DANO MORAL. NÃO-CONFIGURAÇÃO.</b><br /> Exige-se prova robusta da conduta dolosa ou culposa impingida ao <br />empregador, bem assim do nexo de causalidade e do prejuízo à esfera <br />pessoal do obreiro para o deferimento da reparação de ordem moral. Não <br />se afigurando a prova coligida contundente quanto ao dolo ou, ao menos, a<br /> culpa da reclamada e nem tampouco demonstração inequívoca do dano <br />sofrido, impõe-se a manutenção da decisão primeira que indeferiu a <br />indenização pretendida. <b>NEGAR-LHE PROVIMENTO</b>. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />5)  Ac.-2ªT-Nº 04711/2006. RO-V 00199-2005-042-12-00-5. 12539/2005. <b>DANOS MORAIS. INOCORRÊNCIA.</b><br /> O dano moral há de ser claramente evidenciado. O ônus da prova incumbe a<br /> quem o alega, nos termos dos arts. 818 da CLT e 333, inciso I, do CPC. <br />Não demonstrada a alegada violação à honra, à dignidade, ao decoro, à <br />integridade moral, à imagem, à intimidade ou a qualquer atributo <br />relativo à personalidade humana, e por isso protegido juridicamente, não<br /> se tem configurada a ocorrência de danos morais. <b>DAR PROVIMENTO PARCIAL AO RECURSO DA RECLAMADA </b>para excluir da condenação o pagamento da indenização por assédio moral. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br /><b>7. Considerações finais</b></div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Voltada para sua sobrevivência e inserida num contexto econômico, a <br />organização contemporânea atende mais às necessidades do mercado do que <br />às dos seus trabalhadores, que, em palavras de Barreto e Alencar (2003, <br />p. 2), "a globalização provoca, ela mesma, na sociedade uma deriva feita<br /> de exclusão, de desigualdades e de injustiças, que sustenta, por sua <br />vez, um clima repleto de agressividades, não somente no mundo do <br />trabalho, mas socialmente". </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Mas, como mostra a cultura brasileira, a "era da globalização" não <br />criou o assédio moral, pois os maus tratos sempre foram "estilos" de <br />intensificação da produtividade dos trabalhadores. O assédio moral no <br />Brasil tem características especificas da nossa cultura organizacional, <br />oriunda de um modo de produção escravocrata, com poderes e hierarquias <br />fortemente autoritários, como podemos perceber nos casos analisados. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />A coisificação do trabalhador é evidente: os empregados, em todos os <br />casos analisados, são tratados como peças substituíveis na engrenagem da<br /> produção, como mero recurso produtivo e não como seres humanos. Tal e <br />como descrito por Hirigoyen e Barreto, as perseguições, maus tratos e <br />humilhações se dão pela perversidade manifesta no descaso para com o <br />semelhante e a desumanizarão das relações de trabalhado. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Podemos perceber a ligação do assédio moral com o dano moral, não <br />apenas como o caminho judicial indenizatório e compensador do processo <br />de humilhação e maus tratos, mas pela existência do nexo causal entre <br />seus conceitos, pois ambos são vinculados aos agravos causados ao <br />trabalhador no exercício da sua função. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />O não reconhecimento do assédio moral nos dissídios individuais, por <br />parte da jurisprudência trabalhista brasileira, não impede que decisões <br />sobre indenização por dano moral iniciem um novo entendimento sobre a <br />correlação do dano com o assédio moral, este como causa e aquele como <br />efeito das humilhações ao empregado. As ações são vitoriosas não apenas <br />pelo ganho financeiro, mas também como ato inibidor de tratamento <br />desumano nas organizações, como fica evidenciado pelos acórdãos ora <br />estudado. <br />O trabalho a ser feito nas organizações é uma reeducação <br />de valores que implica uma mudança cultural, com incentivo a pratica do <br />diálogo constante e permanente e a implantação de um código de ética e <br />de conduta de todos os empregados, inclusive as chefias, baseado no <br />respeito mútuo e no companheirismo.</div><br /><div style="text-align: justify;"><br /><br /></div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Comentário: Trouxe este tema para esta postagem por ser muito importante já que muitos são acometidos de assédio moral e não sabem disso, então para trazer esclarecimentos este estudo é muitos importante.</div><br /><div style="text-align: justify;"><br /><br /></div><br /><div style="text-align: justify;"><br />Autor: Anderson O.de Sampaio </div><br /><div style="text-align: justify;"><br /><br /></div><br /><div style="text-align: justify;"><br /><b>Referências bibliográficas:</b></div><br /><div style="text-align: justify;"><br />http://www.assediomoral.org/site/ </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />http://www.partes.com.br/assedio_moral.htm </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />http://www.culturabrasil.pro.br/assediomor.htm </div><br /><div style="text-align: justify;"><br /><a href="http://www.trt12.gov.br/">http://www.trt12.gov.br/</a> </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />ACÓRDÃOS - TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO – 12ª. REGIÃO: banco de dados.  </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />BARBOSA, Lívia. O jeitinho brasileiro. Rio de Janeiro: Campus, 1992. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />BARRETO, Margarida M. S. Uma jornada de <br />humilhações. 2000. 266 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia Social) - <br />PUC, São Paulo, 2000. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br /> Assédio moral: ato deliberado de humilhação ou uma<br /> "política da empresa" para livrar-se de trabalhadores indesejados. <br />Disponível em. Acesso em: 12 mar. 2003a. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />ALENCAR, Maria B. A. Assédio moral no trabalho: chega de humilhação! Disponível em. Acesso em: 14 mar. 2003. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />BATISTA, Anália S. Violência "sem sangue" nos locais de trabalho. Disponível em. Acesso em: 11 fev. 2003. </div><br /><div style="text-align: justify;"><br />CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. 19. Ed. São Paulo: Saraiva 2002.</div><br /><div style="text-align: justify;"><br /> </div><br /><div style="text-align: justify;"><br /> Fonte: http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11520</div><br />

Assédio moral nas organizações por Luiz Carlos da Cruz Iorio

          Resumo: O assédio moral remete a práticas de humilhações, perseguição e ameaças nos locais de trabalho, componente...

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Ação do demônio: áreas e fontes de ataque

<br /><div class="article-tools clearfix"><br /><ul class="actions"><br /><li class="email-icon"><br /> <a href="http://rccboston.com/index.php?option=com_mailto&tmpl=component&template=ja_events&link=4b01fca922022c493f9f1629002cb01487694c9c" title="E-mail"><img alt="E-mail" src="http://rccboston.com/media/system/images/emailButton.png" /></a> </li><br /></ul><br /></div><br /><div class="socbuttons" style="float: left; overflow: hidden; padding-top: 10px;"><br /><div style="border: none; float: left; margin-left: 10px;"><br /><span class="IN-widget" style="display: inline-block; line-height: 1; text-align: center; vertical-align: baseline;"><span style="display: inline-block ! important; font-size: 1px ! important; margin: 0px ! important; padding: 0px ! important; text-indent: 0px ! important; vertical-align: baseline ! important;"><span id="li_ui_li_gen_1368620793139_0"><a href="http://www.blogger.com/null" id="li_ui_li_gen_1368620793139_0-link"><span id="li_ui_li_gen_1368620793139_0-logo">in</span><span id="li_ui_li_gen_1368620793139_0-title"><span id="li_ui_li_gen_1368620793139_0-mark"></span><span id="li_ui_li_gen_1368620793139_0-title-text">Share</span></span></a></span></span><span style="display: inline-block ! important; font-size: 1px ! important; margin: 0px ! important; padding: 0px ! important; text-indent: 0px ! important; vertical-align: baseline ! important;"><span class="IN-right IN-hidden" id="li_ui_li_gen_1368620793159_1-container"></span></span></span></div><br /></div><br /><div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br /><img alt="Inner Healing" height="141" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsWS4K0E56ui9uuQkElT12h0xwpw6rrznx0m_FDufNRW1siK5u7WWNX9J7i7z6mI9VZH-uWBPcPTb5NIRDqb3GtrzHT79IXGo1cCylcXUINnLh4SA-8zchjCeTEY1u2aXdy8kvJHx_7bOY/s400/forgiveness.jpg" style="float: left; margin-right: 2px;" width="185" />A<br /> cura mais importante é a cura dos nossos ferimentos emocionais. Por <br />isso, o primeiro passo é encontrar as razões, as causas das nossas <br />pequenas enfermidades emocionais. Cura não significa simplesmente pôr a <br />mão na pessoa e rezar. É preciso fazer o que Jesus fez.</div><br /><div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />Dessa<br /> forma, após sabermos as causas dos ferimentos emocionais, precisamos <br />remover os bloqueios para a cura. É preciso ajudar a pessoa a se <br />reconciliar com o próximo, a perdoar e pedir perdão. Acima de tudo, é <br />preciso ajudá-la renunciar a qualquer prática oculta, qualquer <br />envolvimento com o oculto. Somente então é que se pode rezar por uma <br />verdadeira cura, nunca antes disso.</div><br /><div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />Neste<br /> capítulo, enfocaremos a renúncia às práticas ocultas em que nos <br />envolvemos. O primeiro item que devemos ter bem claro é o seguinte: <br />temos somente um inimigo, aquele que a Bíblia chama de Satanás, o <br />demônio.</div><br /><div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />Não<br /> estamos lidando com inimigos humanos, mas com inimigos espirituais, os <br />exércitos dos espíritos decaídos. É por isso que São Paulo vai dizer que<br /> estamos em uma batalha espiritual (cf. Ef 6,12); logo, precisamos de <br />armas espirituais. Não é preciso buscar ajuda em outras fontes. Basta a <br />presença de Jesus trabalhando pelo Espírito, uma palavra de ordem é <br />suficiente, não é preciso tampouco fazer longas orações: um toque de <br />amor é suficiente. Aquele que está conosco é o Espírito Santo, o <br />Espírito de Jesus; por isso, rezamos no Pai-Nosso: “Livrai-nos do mal”.</div><br /><div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />O<br /> mais importante, a razão pela qual precisamos deste Ministério de <br />Libertação não é exatamente porque o demônio existe, mas porque ele <br />continua a trabalhar. Qual é o trabalho dele? Destruir o homem. Jesus <br />somente é a verdade que salva, ilumina a escuridão em torno de nós. <br />Jesus é o único que dá a sua vida em meio a morte e a destruição.</div><br /><div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />No<br /> entanto, não basta somente sabermos onde o demônio ataca. É preciso <br />saber também de que maneira ele vai dessa fonte do ataque até o objetivo<br /> do ataque, que somos nós. É o que chamamos de meio de comunicação do <br />demônio. O demônio pode usar todos os meios de comunicação, bem como a <br />comida e a bebida, incluindo presentes e até mesmo os objetos <br />religiosos.</div><br /><div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />O<br /> fundamento da cura do Senhor em nossa vida pessoal é a Palavra de Deus.<br /> Ele fala na Bíblia o que nós devemos e não devemos fazer. A menos que <br />saibamos o que Deus quer de nós, não podemos nos ajudar. Em todas as <br />histórias que eu relato, é possível perceber que a cura começa quando a <br />pessoa ouve a vontade de Deus e, então, essa palavra de Deus vai <br />conduzindo-a rumo à cura e a libertação. Logo depois, então, a <br />experimentar uma nova alegria, uma nova força, uma vida nova realmente.</div><br /><div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />Há<br /> pessoas que chegam a dizer que o demônio não existe, bem como há <br />aquelas que veem o demônio em todo o lugar, culpam-no por todas as <br />situações. A atitude correta, como sempre, é o equilíbrio. O que devemos<br /> saber é que a Bíblia diz claramente que o demônio é o inimigo do homem <br />desde o início da história, quando Satanás tentou nossos primeiros pais e<br /> Deus amaldiçoou a serpente, até o final da Bíblia, onde é dito que o <br />demônio será trancado no inferno. Percebemos especialmente no Evangelho <br />de Marcos que uma importante parte do ministério de Jesus foi a de <br />libertar as pessoas e expulsar os demônios. O ensinamento também da <br />Igreja, em todos esses dois mil anos, tem sido sempre consistente acerca<br /> da real existência do demônio. Um dos ensinamentos claros da Bíblia <br />sobre este tema está na Primeira Carta de São Pedro: “Vosso adversário, o<br /> demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem <br />devorar. Resisti-lhe fortes na fé. Vós sabeis que os vossos irmãos, que <br />estão espalhados pelo mundo, sofrem os mesmos padecimentos que vós" (I <br />Pe 5,8-9). Esse é o nosso inimigo. Não é o nosso vizinho, sogra, padre <br />da Paróquia: o nosso inimigo é o demônio. Por isso Pedro diz: <br />"Resisti-lhe fortes na fé".</div><br /><div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />Outro<br /> fator importante é saber que o demônio não simplesmente existe, mas <br />também atua nas e através das pessoas. Como se fala, Satanás nunca <br />dorme. Como saber se ele está agindo em nossa vida? Para isso, é preciso<br /> compreender como o demônio ataca o homem e quais são as áreas da <br />personalidade humana que estão sob a sua mira.</div><br /><div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br /><b>O demônio quer atacar, em primeiro lugar, a vontade do homem</b>,<br /> porque a vontade é o mais importante na vida da pessoa – é ela que nos <br />faz querer aproximar de Deus e que nos permite dizer “não” até mesmo <br />para Deus. Ele deu-nos o livre-arbítrio para que fôssemos felizes e <br />fizéssemos o bem, mas, ao contrário, muitas vezes usamos o <br />livre-arbítrio para fazer o mal, dizendo não a Deus.</div><br /><div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />O<br /> que acontece quando se estabelece o hábito compulsivo ao pecado? Da <br />mesma forma que há pessoas que têm o hábito compulsivo, por exemplo, de <br />lavar as mãos, de três a quatro vezes a cada hora, também o trabalho <br />principal de Satanás é trazer para a nossa vida hábitos compulsivos para<br /> o mal. Um exemplo é o álcool, outro é o vício das drogas, e depois vem <br />as perversões sexuais, especialmente o homossexualismo, o abuso sexual <br />de menores. Somente o poder do Espírito Santo pode quebrar esses hábitos<br /> compulsivos.</div><br /><div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br /><b>A segunda área da nossa vida, do nosso ser que é atacada pelo demônio é a nossa mente, nosso entendimento</b>. É o que acontece através dos movimentos Nova Era, por exemplo.</div><br /><div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br /><b>Em terceiro lugar, o demônio também pode atacar as nossas emoções</b>.<br /> Às vezes, a partir de um sentimento de raiva, por exemplo, podemos até <br />matar uma pessoa. Cuide da sua raiva antes de ir dormir, não deixe essa <br />raiva dentro de você, pois ela é como um veneno. Não dê oportunidade ao <br />demônio, pois ele pode atacar-nos através das nossas emoções. O ciúme no<br /> casamento, a inveja entre amigos, sentimentos de culpa, tendências ao <br />suicídio, ódio e tudo o mais são outros exemplos. O demônio pode atacar <br />também o nosso corpo, quando as causas das doenças físicas não são <br />biológicas, mas são do poder de Satanás.</div><br /><div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br /><b>O demônio também quer atacar as nossas posses</b>,<br /> nosso quarto, nossa casa. Por isso, é importante ter certeza de que <br />nossas posses estão abençoadas. Acima de tudo, o demônio ataca hoje os <br />casamentos e as famílias, especialmente aquelas em posição de liderança.</div><br /><div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />Essas<br /> são as formas pelas quais o demônio quer atacar nas varias áreas da <br />nossa personalidade. Agora, de onde vêm esses ataques? <b>Qual é a fonte desses ataques?</b><br /> Em primeiro lugar, a nossa árvore genealógica, especialmente se houve <br />suicídio, aborto, envolvimento com falsas religiões, seitas satânicas. <br />Por isso, é preciso que se reze para que o Senhor quebre qualquer <br />maldição que tenha sido lançada.</div><br /><div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />A<br /> segunda fonte de ataque são as pessoas com quem convivemos, as invejas <br />com relação ao seu casamento, seus filhos, sua casa, sua prosperidade.</div><br /><div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />Em<br /> terceiro lugar, a fonte do ataque do inimigo pode ser nós mesmos. Não é<br /> preciso culpar os ancestrais o tempo todo, a família, os amigos. Se <br />você dirigiu-se a qualquer um que não fosse Jesus, especialmente o <br />inimigo de Deus, seja porque estivesse em uma grande necessidade ou <br />tenha sido pressionado por amigos, colocou-se sob o poder desse inimigo.<br /> Frequentemente, as pessoas não percebem o mal que estão fazendo ao se <br />dirigir aos inimigos de Deus.</div><br /><div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />Quando<br /> nos esvaziamos de todo o pecado, quando nos esvaziamos de todo o ódio e<br /> falta de perdão, quando nos esvaziamos da influência das práticas <br />ocultas em nossa vida, então nos preenchemos com Jesus e Seu Espírito <br />Santo. Com essa certeza, podemos rezar por todas as nossas necessidades.</div><br /><div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />Reze:</div><br /><div style="margin-left: 85.05pt; text-align: justify;"><br /><i><span style="font-size: 11pt;">Senhor,<br /> peço-Lhe que caminhe comigo na minha vida pregressa e cure-me também <br />lá. Apresento todos os meus ancestrais que precisam de cura e <br />libertação. Rezo especialmente pelos meus ancestrais que morreram de <br />forma violenta ou repentina, especialmente aqueles que cometeram <br />suicídio ou aqueles que foram abortados, bem como aqueles que foram <br />vítimas de possessão ou morreram nas guerras ou praticaram cultos <br />satânicos, que lançaram mau-olhado ou maldição nos seus descendentes. <br />Rezo, Senhor, por uma poderosa cura e libertação em toda a minha árvore <br />genealógica.</span></i></div><br /><div style="margin-left: 85.05pt; text-align: justify;"><br /><i><span style="font-size: 11pt;">Também<br /> rezo, Senhor, pela cura no momento da minha concepção, de qualquer <br />prejuízo ou qualquer mal que possa ter acontecido. Faço essa oração por <br />intermédio da Sua concepção no ventre de Maria. Também peço, Maria, por <br />sua intercessão através da própria concepção no ventre de sua mãe, Ana.</span></i></div><br /><div style="margin-left: 85.05pt; text-align: justify;"><br /><i><span style="font-size: 11pt;">Rezo<br /> agora, Senhor, pela cura no momento do meu nascimento, quando deixei a <br />segurança do ventre materno e fui forçado a entrar neste mundo de <br />barulho, poluição e ódio. Peço a Sua proteção para qualquer ameaça que <br />eu tenha sofrido no momento do meu nascimento. Que como Tu, Senhor, eu <br />possa experimentar o amor que protege, de Maria e de José. Liberta-me, <br />Senhor, de qualquer tipo de dedicação ou consagração a Satanás nesse <br />período da minha vida.</span></i></div><br /><div style="margin-left: 85.05pt; text-align: justify;"><br /><i><span style="font-size: 11pt;">Cura-me,<br /> Senhor, durante o tempo da escola, quando eu sentia tanta dificuldade <br />de ir bem nos estudos e meus pais faziam comparações, forçando-me a ser <br />melhor. Talvez eu tenha sido punido injustamente por algum professor ou <br />ridicularizado diante de outros na escola. Talvez, Senhor, durante esses<br /> anos, eu não tenha tido amigos e cresci com um grande medo, medo de <br />pessoas, medo de escuridão, medo de outras coisas. Apresento, Senhor, <br />todos os meus anos de infância e vida escolar para serem curados.</span></i></div><br /><div style="margin-left: 85.05pt; text-align: justify;"><br /><i><span style="font-size: 11pt;">Rezo agora, Senhor, pela cura do meu presente estado de vida. Cura-me, Senhor, de qualquer frustração que eu possa ter passado.</span></i></div><br /><div style="margin-left: 85.05pt; text-align: justify;"><br /><i><span style="font-size: 11pt;">Trago<br /> também, Senhor, todos os anos da minha vida, louvando por todas as <br />coisas boas e ruins que aconteceram, sabendo que o Senhor só produz bem <br />para aqueles que O amam.</span></i></div><br /><div style="margin-left: 85.05pt; text-align: justify;"><br /><i><span style="font-size: 11pt;">Rezo<br /> pela libertação do poder do inimigo que afeta a minha vida. Liberta, <br />Senhor, minha vontade daqueles atos compulsivos de pecado. Peço, Senhor,<br /> que liberte agora todos aqueles que estão amarrados pelo poder de <br />Satanás no jugo do alcoolismo e no vício das drogas. Liberta-me, Senhor,<br /> de todas as amarras, vícios e daqueles que me levam a práticas ocultas.<br /> Liberta-me, Senhor, do poder do inimigo em minhas tendências suicidas e<br /> minha inveja. Liberta-me, Senhor, do poder do mal sobre meu corpo, <br />através de doenças que os médicos não conseguem resolver. Liberta-me, <br />Senhor, do poder do mal afetando o matrimônio e a vida familiar, <br />afetando a minha casa, as minhas posses. Peço, Senhor, a libertação de <br />todas as fontes dessas influências malignas.</span></i></div><br /><div style="margin-left: 85.05pt; text-align: justify;"><br /><i><span style="font-size: 11pt;">Amém!</span></i></div><br /><div style="text-align: justify;"><br />(Extraído do Livro: A Chave da Cura - Pe. Rufus Pereira - Editora Cançao Nova)</div><br /><div style="text-align: justify;"><br /><img alt="fr_rufus" height="78" src="http://rccboston.com/images/stories/fotos/fr_rufus.jpg" style="display: block; float: left; margin-right: 2px;" width="63" /></div><br />Pe. Rufus Pereira exerce o ministério sacerdotal na Arquidiocese de <br />Bombaim, Índia. Estudou filosofia, teologia e Sagrada Escritura em Roma,<br /> onde foi também ordenado em 1956. É doutor em teologia bíblica. É <br />presidente da Associação Internacional para o Ministério de Libertação, <br />vice-presidente da Associação Internacional de Exorcistas e diretor do <br />Instituto Bíblico Carismático Católico. Publicou numerosos artigos <br />bíblicos e teológicos, especialmente sobre evangelização e cura. <br />Recentemente, foi integrado ao International Catholic Charismatic <br />Renewal Services (ICCRS) como o responsável mundial pelo ministério de <br />cura e libertação.<br /><br /><br /><br />Fonte: http://rccboston.com/index.php?option=com_content&view=article&id=300:acao-do-demonio-areas-e-fontes-de-ataque&catid=88&Itemid=548

Ação do demônio: áreas e fontes de ataque

in Share A cura mais importante é a cura dos nossos ferimentos emocionais. Por isso, o primeiro passo é encontrar as razões, as causas...

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