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Dom Lélis Lara fala sobre relação da Maçonaria e Igreja Católica

<br /><br /><div style="text-align: justify;"><br /><br /></div><br /><div style="text-align: justify;"><br /><div><br /> </div><br /><div><br /><strong>     </strong>Publicamos um artigo sobre a palestra, feita <br />numa loja Maçônica, por Dom Lélis Lara, Bispo Emérito de Itabira- <br />Coronel Fabriciano, tratando das relações entre Igreja Católica e <br />Maçonaria.</div><br /><div><br />     Dom Lara enfatiza a aproximação da Igreja Católica com a <br />Maçonaria depois do Vaticano II. Esse Concílio— diz esse Bispo — visou <br />que todos se tornassem um. No “Todos”, Dom Lara inclui crentes e não <br />crentes. Todos “um” no “amor”. E nesse “um” Dom Lara quer incluir os <br />maçons.</div><br /><div><br />     Interessante que, na palestra, na loja maçônica, estavam presentes <i>“Lions, Rotary, Judiciário, OAB e padres, além de membros de várias Lojas Maçônicas da região metropolitana do Vale do Aço”</i></div><br /><div><br />     Depois disso, como desconhecer que o Vaticano II foi bafejado <br />pelos “homens de boa vontade”? Isto é, desejado e favorecido pela <br />Maçonaria?</div><br /><div><br /> </div><br /><div><br />São Paulo, 25 de Junho de 2009</div><br /><div><br />Orlando Fedeli</div><br /></div><br /><div style="text-align: justify;"><br /> </div><br /><div style="text-align: justify;"><br /><div><br /> </div><br /><div><br /><strong>Dom Lélis Lara fala sobre relação da Maçonaria e Igreja Católica</strong></div><br /><div><br /><em><a href="http://www.jvaonline.com.br/noticias.asp?id_noticia=74714"><span><span style="color: blue;">http://www.jvaonline.com.br/noticias.asp?id_noticia=74714</span></span></a></em></div><br /><div><br /><em>Bispo Emérito e Consultor Jurídico da CNBB proferiu palestra <br />para platéia de 200 pessoas, no Templo da Loja Maçônica União de <br />Ipatinga</em></div><br /><div><br /> </div><br /><strong>DA REDAÇÃO – </strong>O Bispo Emérito da Diocese Itabira-Coronel<br /> Fabriciano, Dom Lelis Lara, foi o centro das atenções de um eclético e <br />seleto público, na noite da última segunda-feira, 01, quando proferiu <br />inédita palestra sobre as relações entre a Igreja Católica e a <br />Maçonaria, no Templo da Loja Maçônica União de Ipatinga, no centro da <br />cidade. O religioso palestrou a convite do Venerável Mestre da Loja <br />União de Ipatinga, Ednaldo Amaral Pessoa, que tem como um dos pilares de<br /> sua gestão a realização de sessões públicas onde são realizadas <br />palestras, abertas à comunidade, sobre temas diversos e de grande <br />interesse de toda sociedade, não apenas dos maçons e seus familiares. <span><br /><br /><br /><br />Segundo Dom Lara, o Concílio Vaticano II (1963-1965) escancarou as <br />portas e janelas da Igreja para o mundo, e que depois do Concílio o <br />propósito da Igreja Católica é se aproximar de todas as pessoas do <br />mundo, sem preconceito, sejam elas cristãs ou não. E foi exatamente no <br />espírito do Concílio Vaticano II que o Bispo se inspirou para falar da <br />relação entre a Igreja Católica e a Maçonaria. <br /><br /><br /><br />Dom Lara disse que “quando se fala de Igreja e Maçonaria, muitas vezes <br />se estabelece ou se imagina um confronto entre essas duas entidades, mas<br /> não <br /><br />deveria ser assim, porque católicos são cristãos e os maçons também, <br />senão todos, certamente grande parte. E Jesus, ao final de sua vida, <br />deixou para os seus seguidores o testamento de que devemos amar uns aos <br />outros. Mas, segundo o bispo, esta palavra de Jesus não foi sempre bem <br />entendida, e que às vezes é entendida de acordo com a índole das <br />pessoas, e as pessoas mais radicais muitas vezes ficam com o coração <br />armado, na defensiva ou no ataque, quando, como filhos de Deus, deveriam<br /> viver como irmãos, com o coração desarmado, respeitando as diferenças. <br /><br /><b><br /><br /><strong>Ritos </strong></b><br /><br /><br /><br />Inicialmente, Dom Lara apresentou, de forma objetiva, a história da <br />Igreja Católica, destacando a caminhada da Igreja - que já dura mais de <br />dois mil anos - e que a instituição é como um barco no meio do oceano, <br />que passou por muitos escolhos e superou muitas tempestades, e que <br />procura sempre se adaptar aos tempos. O bispo lembrou ainda que o Papa <br />João XXIII, responsável pela convocação do Concílio do Vaticano II, foi o<br /> grande responsável por colocar a Igreja Católica no caminho da <br />atualização. Entretanto, segundo Dom Lara, este trabalho de atualizar a <br />Igreja não é fácil, porque há várias correntes ou tendências dentro da <br />própria Igreja, o que dificulta a caminhada. <br /><br /><br /><br />Dom Lara destacou também que a Igreja Católica mundial adota dois ritos <br />(maneira de celebrar a liturgia e de organizar a vida da Igreja) <br />distintos: o rito latino e o rito oriental, sendo que na Igreja Católica<br /> oriental existem padres casados exercendo o ministério, o que não é <br />admitido pela disciplina da Igreja Católica Latina. Esta postura, de <br />dois ritos distintos, de acordo com o Bispo, é em respeito às grandes <br />tradições e costumes dos orientais católicos. Dom Lara apresentou também<br /> à platéia o índice esquemático do Código de Direito Canônico, dando uma<br /> ideia de como se constitui, se organiza e funciona a Igreja Católica, <br />destacando que o Povo de Deus está em evidência na sociedade eclesial. <br />Ele finalizou seu breve relato da história da Igreja dizendo que estava <br />ali “em simples pinceladas, um retrato da Igreja Católica, que nós <br />dizemos ‘santa e pecadora’. <br /><br /><br /><br /><strong>Maçonaria Operativa</strong><b><br /><br /><br /><br /></b>Em seguida, Dom Lara discorreu sobre a origem da maçonaria, na idade<br /> média, quando a sociedade civil se constituía de corporações, entre as <br />quais se destacaram as associações religiosas e as de operários. Dentre <br />as de operários tinha destaque especial a dos pedreiros, que, por causa <br />dos seus serviços apreciados em edifícios públicos, especialmente em <br />igrejas, gozava de certas prerrogativas, de isenções e de franquias. Daí<br /> a origem de franc-maçon, ou pedreiros livres. Todos eram profundamente <br />religiosos e cada associação queria firmar seus alicerces na religião, <br />que dominava a sociedade, a fim de garantir sua estabilidade e proteger <br />seus membros, proporcionando-lhes bem-estar físico, desenvolvimento <br />intelectual e eterna felicidade à alma.  <br /><br /><br /><br /><strong>Maçonaria Filosófica ou Especulativa</strong><b><br /><br /><br /><br /></b>Citando vasta bibliografia consultada, Dom Lara lembrou que o pastor<br /> protestante James Anderson foi o responsável pela elaboração das <br />“Constituições” maçônicas, que em 1723 foram adotadas pela Grande Loja <br />de Londres, que havia sido fundada em 1717. Dom Lara não deixou de citar<br /> também que foi James Anderson que distinguiu a Maçonaria Operativa, já <br />extinta àquela época, da Maçonaria Especulativa, que pretendia plasmar o<br /> século das luzes, tendo por base Liberdade, Fraternidade e Igualdade. A<br /> grande diferença entre as duas fases da Maçonaria, a Operativa e a <br />Especulativa ou Filosófica, é que na segunda os ofícios (pedreiros, <br />carpinteiros, etc) passaram a ser simbólicos. Em vez da construção de <br />catedrais de pedra, o ideal devia ser a partir de então a edificação de <br />catedrais humanas, ou homens ideais, para honra do Grande Arquiteto do <br />Universo (Deus). <br /><br /><br /><br /><strong>Aproximação</strong><b><br /><br /><br /><br /></b>Já entrando na questão das divergências entre as duas instituições, <br />Dom Lara lembrou que a partir do século XIX, mais precisamente em 1877, o<br /> Grande Oriente da França suprimiu de suas constituições o dever de <br />acreditar em Deus e na imortalidade da alma, e admitiu em seus quadros <br />irreligiosos e ateus, caindo na irregularidade. Em função disto, a Loja <br />Mãe da Maçonaria, Grande Loja Unida da Inglaterra, cortou relações com <br />ela e ainda as mantém cortadas. <br /><br /><br /><br />Assim, constatado que o anticlericalismo e o anticatolicismo se <br />verificam apenas na Maçonaria irregular e não são da essência da <br />Maçonaria Universal, é cada vez mais forte o movimento de aproximação <br />entre a Igreja Católica e a Maçonaria. Ainda segundo o Bispo, é neste <br />contexto que devem se colocar os pronunciamentos da Igreja Católica após<br /> o Concílio Vaticano II. <br /><br /><br /><br />Dom Lara citou ainda um trecho bíblico ... “não deixes tua mão esquerda <br />saber o que a direita faz” (Mateus 6,3) para enaltecer uma das <br />convicções dos maçons, que é a de praticar a filantropia sem dar <br />publicidade ao ato. O que, segundo ele, é um princípio louvável. O Bispo<br /> foi enfático também ao afirmar que “muitas vezes a Maçonaria é vista <br />como associação envolta em mistérios, segredos, como por exemplo, sinais<br /> para se identificarem como maçons; e isso faz com que muitos imaginem <br />ou fantasiem coisas estranhas, ridículas e absurdas, como pactos com o <br />diabo e coisas assim”. <br /><br /><br /><br /><strong>Relação tensa</strong><b><br /><br /><br /><br /></b>Ao discorrer sobre o relacionamento entre a Igreja e a Maçonaria, <br />Dom Lara disse que “ao longo da história, aconteceu muita coisa que¸ <br />infelizmente, devemos lamentar. As relações entre estas duas <br />instituições foram tensas. Mas essas tensões não tinham a mesma <br />intensidade em todas as regiões. Antes do Concílio Vaticano II o <br />posicionamento da Igreja Católica em relação à Maçonaria era muito <br />severo. O cânon 2335, do antigo Código de Direito Canônico, estabelecia <br />excomunhão para quem ingressasse na Maçonaria ou em outras associações <br />que maquinassem contra a Igreja ou autoridades civis legitimamente <br />constituídas. <br /><br /><br /><br />No atual código de Direito Canônico esta penalidade não consta. Aliás, a<br /> palavra Maçonaria não é conhecida no atual código de Direito Canônico. O<br /> cânon 1374 desse Código penaliza o católico que ingressar em associação<br /> que maquina contra a Igreja. Não se refere explicitamente à Maçonaria”,<br /> enfatizou o religioso.<br /><br />Para Dom Lara, na Região Metropolitana do Vale do Aço as relações entre <br />Igreja Católica e Maçonaria parecem tranqüilas, e que o Bispo Diocesano,<br /> Dom Odilon Guimarães Moreira tem a mesma impressão.<br /><br /><br /><br />Ele citou ainda dois acontecimentos recentes que definem bem a boa <br />relação entre as duas instituições. “Um que teve grande repercussão <br />nacional, e mesmo fora do Brasil, a missa celebrada, no Natal de 1975, <br />na Loja Maçônica Liberdade, de Salvador, pelo Emo. Sr. Cardeal Avelar <br />Brandão Vilela, Arcebispo daquela cidade, já falecido. Naquela <br />oportunidade, o Cardeal foi agraciado com distinta honraria da <br />Maçonaria. <br /><br /><br /><br />No ano seguinte, 1976, semelhante homenagem recebeu o Cardeal Arcebisbo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns”, destacou. <br /><br />Mas Dom Lara deixa claro que a relação Maçonaria e Igreja Católica não é<br /> a mesma em todos os lugares, e que depende da orientação de seus <br />responsáveis ou dirigentes. Segundo ele, coisa semelhante acontece com a<br /> Igreja Católica e Igrejas protestantes, citando como exemplo casos em <br />que pretende-se realizar a celebração ecumênica de um casamento entre <br />uma parte católica e a outra de religião cristã não católica. Há <br />pastores que o permitem e há os que se opõem radicalmente a tal <br />celebração. <br /><br /><br /><br />Segundo ele, dentro da própria Igreja Católica, em questões não <br />definidas pela doutrina ou autoridade da Igreja, a orientação ou decisão<br /> dos bispos não é sempre a mesma. <br /><br /><br /><br />O Bispo Emérito da Diocese Itabira-Coronel Fabriciano finalizou sua <br />palestra com uma mensagem de união para os presentes: “o desejo ardente <br />de Jesus Cristo é que todos sejam UM. E que todas as pessoas da terra se<br /> enlacem num grande abraço. Este sonho de Jesus Cristo deve encontrar <br />eco e ressonância no coração de todos nós, seus seguidores. Ao longo da <br />história sempre surgiram pessoas sensíveis ao projeto de Deus ao criar o<br /> homem e a mulher à sua imagem e semelhança”.<br /><br /><br /><br />Para o presidente da Loja Maçônica União de Ipatinga, Ednaldo Amaral <br />Pessoa, a visita de Dom Lara proporcionou momentos de rara felicidade a <br />todos aqueles que compareceram à sessão. “A manifestação de Dom Lara foi<br /> simplesmente louvável, pois proporcionou oportunidade para que <br />misticismos acerca da Maçonaria e da Igreja Católica fossem <br />esclarecidos” destacou. Ednaldo destacou ainda que a mensagem de Dom <br />Lara mostrou-nos a lição de que a relação com DEUS, para quem crê, é <br />terapêutica e nos leva a viver a cura de nossas feridas interiores e <br />físicas. Por fim, ressaltou que a presença de Dom Lara na Loja Maçônica <br />demonstrou o quão grande é a sua coragem, restando constatada a <br />erudição, sabedoria, inteligência e simplicidade, tão peculiar em Dom <br />Lara.<br /><br /><br /><br />A palestra de Dom Lara foi acompanhada por cerca de 200 pessoas, <br />representantes de vários setores da comunidade, como Lions, Rotary, <br />Judiciário, OAB e padres, além de membros de várias Lojas Maçônicas da <br />região metropolitana do Vale do Aço. <br /><br /><br /><br />A palestra despertou de tal forma o interesse da comunidade que a <br />administração da Loja União de Ipatinga teve que colocar um telão no <br />salão que antecede seu Templo para que várias pessoas não voltassem para<br /> casa sem assistir a palestra, visto que o interior do Templo já estava <br />completamente lotado. <br /><br />Ao final da cerimônia, Dom Lara foi homenageado com uma placa de <br />agradecimento e reconhecimento aos relevantes serviços prestados à <br />comunidade, bem como por seu desprendimento em realizar a inédita <br />palestra.</span></div><br /><br /><br /><hr align="center" color="#FFCCAA" size="1px" width="99%" /><br />    <strong>Para citar este texto:</strong>  <br />    <br /> <br /> <blockquote><br /><strong> Orlando Fedeli</strong>  -  <em>"<strong>Dom Lélis Lara fala sobre relação da Maçonaria e Igreja Católica</strong>"</em> <br /><br /> MONTFORT Associação Cultural<br /><br /> <em>http://www.montfort.org.br/index.php?secao=veritas&subsecao=igreja&artigo=dom-lelis-maconaria&lang=bra </em><br /><br /> Online,  31/12/2015 às 17:52h  <br /> </blockquote><br />

Dom Lélis Lara fala sobre relação da Maçonaria e Igreja Católica

Publicamos um artigo sobre a palestra, feita numa loja Maçônica, por Dom Lélis Lara, Bispo Emérito de Itabira- Coronel Fabriciano, t...