" Visão de Taylor e Weber é que as pessoas são meras máquinas ou seres estritamente profissionais ".

Comentário: Este texto aborda exatamente a temática que as empresas ainda seguem, em que as pessoas são meras máquinas para produzirem, mas outros pensadores demonstram que não é bem assim, máquinas não possuem sentimentos, emoções e ainda mais um mente inteligente para compreender que há um limite corporal e mental sobre o ser humano.

Porque muitas pessoas adoecem em decorrência deste padrão de comportamento que o mercado exige pessoas máquinas e não pessoas humanas, vemos relatos constantes de pessoas que adoecem acometidos por AVC, stress, depressão entre outros doenças do trabalho devido a este padrão não humano de pensamento, até mesmo os próprios profissionais de saúde pensam desta forma veem o pacientes como robôs onde levam a pessoas não compreender a verdadeira realidade do mundo, onde cada um é visto com uma máquina para produção e quando esta adoece não ensina a mesma a se cuidar de forma correta, mas sim tomar, mais e mais remédios para suportar o ritmo importo por pensadores não humanistas, mas sim por um pensamento androide de cada um.

Assim enquanto a sociedade não se voltar os olhos para si mesma vemos mais e mais vidas sendo destruídas por este ritmo frenético e sem brilho e lágrimas de satisfação por cada dia de baixo do sol.   



Desde o início da moderna sociedade industrial, percebeu-se a importância do comportamento e sentimentos das pessoas para a produção e desempenho das organizações além dos aspectos técnicos e métodos de trabalho, estes, o foco da escola clássica. O surgimento dos sindicatos, bem como o movimentos dos luddistas, mostraram o grande potencial das organizações de gerar insatisfações para os trabalhadores. Porém, como aponta MAXIMIANO (2000), a despreocupação da escola clássica com os fatores humanos é apenas aparente. Havia pessoas, dentro do movimento da administração científica, que se preocupavam com o comportamento humano e seus impactos sobre a administração. Pode-se citar, dentre os pioneiros da administração que adotaram uma ótica humanista: Mary Parker Follett, o casal Gilbreth, Henry Gantt e Hugo Munsterberg.  Estas pessoas começaram com o enfoque comportamental dos humanistas, que ganhou força tanto na teoria quanto na prática da administração e desenvolveu-se ao lado do enfoque técnico nascido com Taylor e Ford.

RAÍZES DO ENFOQUE COMPORTAMENTAL


O importante em uma organização que adota um enfoque comportamental é seu sistema social, que são formados por pessoas e seus sentimentos, necessidades e atitudes, além de seu comportamento como integrantes de grupos. Vale dizer que em uma organização, o sistema social influencia mais sobre seu desempenho a aspectos técnicos, que é constituído por máquinas, métodos de trabalho, tecnologia, estrutura organizacional, normas e procedimentos. Pode-se concluir, portanto, que ao adotar uma visão comportamental o ser humano está no centro do processo administrativo e não o sistema técnico.
De acordo com o autor supramencionado, os objetivos do enfoque comportamental são:
  • Compreender o sistema social da organização, ou organização informal;
  • Compreender as pessoas como indivíduos e as características singulares de cada uma e o impacto dessa singularidade sobre o desempenho.
Através do conhecimento sobre o comportamento dos trabalhadores, como indivíduos e membros de grupos, fornecem-se ferramentas para a administração da organização, sendo este o objetivo principal do enfoque comportamental.
As raízes desse enfoque são: o movimento pelo bem-estar dos trabalhadores, o pensamento humanista dentro da escola clássica, a psicologia industrial, o estudo do fator humano no papel dos gerentes e o estudo da dinâmica de grupo e da liderança. A seguir serão descritos sucintamente alguns desses acontecimentos.
  • Movimento pelo bem-estar dos trabalhadores: ganhou força durante a Revolução Industrial, quando os trabalhadores lutaram contra as péssimas condições de trabalho. Quatro tendências principais integram essa corrente: a ação prática dos sindicatos – criados para defender as condições de trabalho; experiências humanistas; o marxismo; e a doutrina social da Igreja.
  • O pensamento humanista na Escola Clássica: os humanistas se preocupavam com a condição das pessoas no ambiente de trabalho e a manifestaram em suas obras:
- Henry Gantt, em 1908, escrevia que os trabalhadores são seres humanos e não máquinas, e tinham que ser treinados e liderados ao invés de conduzidos.
- Oliver Sheldon, em 1923, enxergava a indústria como organismo feito de homens e não como massa de máquinas e processos técnicos. Em seu livro The Philosofhy of management apontou que o problema fundamental da indústria era equilibrar o problema da produção com a humanidade da produção.
- Na mesma época, Mary Parker Follett afirmou que o homem no trabalho era motivado por necessidades e desejos idênticos aos que o motivavam em outras circunstâncias. O controle de sua situação era uma de suas necessidades, sendo a coordenação, em lugar da intimidação, a essência da boa administração, defende Follett.
Esse novo pensamento, que aborda a importância do fator humano para a administração, não ganhou forças no trabalho dos pioneiros do enfoque técnico, que focavam apenas no sistema técnico da organização, preocupando-se mais com a eficiência a pessoas. Porém, no século XXI, o enfoque comportamental se ampliou, atingindo todos os tipos de trabalhadores, e servindo de base ao conceito de qualidade de vida.

ESCOLA DAS RELAÇÕES HUMANAS

Um dos acontecimentos mais importantes na história do enfoque comportamental além dos citados anteriormente, foi o experimento de Hawthorne, orientado por Elton Mayo de Harvard e realizado no período de 1927 a 1933, que mostrou a importância do grupo sobre o desempenho dos indivíduos e serviu de base aos estudos sistemáticos sobre a organização informal.
Hawthorne. Departamento de montagem de cabos.
Todavia, cumpre dizer, que o objetivo original não era esse, mas explicar a influencia do ambiente de trabalho sobre a produtividade dos trabalhadores, afirma MAXIMIANO (2000).  Como se pode observar, esse experimento deu origem a escola de relações humanas, pois demonstrou que as relações entre os trabalhadores é um dos fatores mais importantes para o desempenho individual.
Hawthorne. Foto do grupo da pesquisa
É importante ser destacada que em 1933 foi lançado The human problems of na industrial civilization de Mayo, que aponta que o desempenho das pessoas depende muito menos dos métodos de trabalho, de acordo com a visão da administração científica, do que dos fatores emocionais ou comportamentais. Segundo Mayo, para uma melhor compreensão do desenvolvimento, produtividade e eficácia de uma organização, esta deve ser vista não só como um sistema econômico e industrial, mas também como um sistema social.
Hawthorne. Trabalhadoras em 1945
Vale dizer que a nova concepção proposta por Mayo, segundo MAXIMIANO (2000) não causou alterações no modelo de Ford e Taylor. As idéias de Mayo contribuíram para alterar as atitudes dos administradores em relação aos trabalhadores, modificando os conceitos criados a respeito das organizações, dos trabalhadores e do papel dos administradores. A partir dos anos 30, o modelo de Mayo se alastrou através de publicações, seminários e programas, atingindo a educação formal e informal. Os administradores, por fim, passaram a reconhecer que é necessário considerar seriamente o comportamento das pessoas para uma organização funcionar.
Com base no enfoque comportamental, nasceram dois eixos principais: o estudo da empresa como um sistema social e o estudo das características individualizadas das pessoas.

A EMPRESA COMO SISTEMA SOCIAL

A organização é vista como um sistema social (ou organização informal) ao adotar o enfoque comportamental, constituído por pessoas, interesses, sentimentos e motivações, em que o principal objetivo desse tipo de organização é compreender esse aspecto comportamental além dos mecanismos que individualizam e influenciam o comportamento dos trabalhadores. Diferente da visão de Taylor e Weber em que as pessoas são meras máquinas ou seres estritamente profissionais, em um sistema social dentro de uma organização as pessoas comportam-se como pessoas, cujos comportamentos e interesses podem influenciar no desenvolvimento da empresa, sendo assim, não pode ser ignorado pelos administradores. Em uma organização informal ou sistema social, há uma interligação entre vários componentes que são os grupos informais, as normas de conduta, a conduta e o clima organizacional.
  • GRUPOS INFORMAIS: grupos criados por iniciativa de seus próprios membros, com o objetivo de defender seus interesses ou pela necessidade de relacionamento social; de acordo com MAXIMIANO (2000), o enfoque comportamental permite enxergar e reconhecer a importância dos grupos informais para o desempenho da organização; vale lembrar que os grupos informais não separados dos grupos formais (gerência, divisões, departamentos, equipes de produção, unidades de trabalho, etc.). Devido à proximidade entre os indivíduos de uma organização, se constroem amizades, sentimentos e interesses, e isso gera os grupos informais; estes grupos realizam quatro funções dentro de uma organização: realização de objetivos comuns, valorização dos indivíduos, proteção dos integrantes e definição de padrões de desempenho;
  • NORMAS DE CONDUTA: regras implícitas ou explícitas, que estabelecem o comportamento dos trabalhadores e são criadas por grupos; podem coincidir ou conflitar com a legislação oficial da organização, anulando ou consolidando os regulamentos oficiais; o comportamento dos indivíduos de uma organização é estabelecido muito mais pelas normas de conduta a regras burocráticas; pode-se dizer que as normas de conduta são, por exemplo, as disfunções organizacionais como o particularismo, o corporativismo e a corrupção;
  • CULTURA ORGANIZACIONAL: valores, crenças, preconceitos, cerimônias, rituais e símbolos adotados ou valorizados pela organização; a cultura pode ser identificada e analisada por vários indicadores, dentre eles pode-se citar:identidade, tolerância ao risco e à inovação; individualismo; coletivismo; participação; e adaptação;
  • CLIMA ORGANIZACIONAL: a organização gera sobre seus integrantes sentimentos positivos, negativos ou de indiferença; segundo MAXIMIANO (2000), o produto dos sentimentos individuais e grupais em relação à realidade percebida denomina-se clima organizacional. Ex: A realização de um objetivo grupal gera um clima positivo, constituído de sentimentos de alegria e desejo de continuar no grupo.
Mariana Lorenzo
Referência Bibliográfica:

- MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria Geral Da Administração – Da Escola Científica à Competitividade na Economia Globalizada. Editora Atlas S.A.. São Paulo. 2000.

Fonte: http://marianaplorenzo.com/2011/04/11/o-enfoque-comportamental-na-administracao/



0 comentários:

Postar um comentário

 
Top