Estamos em uma batalha 24 horas todos os dias como cristãos devemos ver essa realidade dessa luta já estamos em peregrinação.
O primeiro inimigo da nossa alma: a carne
O primeiro inimigo de nossa
alma somos nós mesmos, a nossa própria carne. “As nossas melhores ações
são ordinariamente manchadas e corrompidas pelo mau fundo que há em nós”3.
Por isso, “quando Deus infunde em nossa alma, corrompida pelo pecado
original e atual, as suas graças e orvalhos celestes, ou o vinho
delicioso do seu Amor, assim também os Seus dons são ordinariamente
manchados e estragados pelo mau fermento e mau fundo que o pecado deixou
em nós”4.
Para adquirir a perfeição,
que somente alcançamos pela nossa união com Jesus Cristo, devemos
esvaziar-nos do que há de mau em nós. Este despojamento de nós mesmos só
acontecerá se conhecermos bem, à luz do Espírito Santo, “o nosso fundo
mau, a nossa incapacidade para qualquer bem útil à salvação, a nossa
fraqueza em todas as coisas, a nossa permanente inconstância, a nossa
indignidade de toda a graça, a nossa iniquidade em toda a parte”5. Não foi sem razão que o Senhor mandou renunciar a nós mesmos6, pois, se amamos a nossa alma, a perdemos, mas, se a odiamos, a salvamos7.
Depois de reconhecermos o
nosso fundo mau, “para nos despojar de nós mesmos, é preciso morrer
todos os dias. Isto quer dizer que é preciso renunciar às operações das
potências da nossa alma e dos sentidos do nosso corpo”8. Renunciar as faculdades da nossa alma significa nos desapegar da inteligência, da memória e da vontade.
A purificação destas se dá através das três virtudes teologais: fé,
esperança e caridade. Quanto à purificação dos sentidos, esta se dá pela
mortificação do olfato, da visão, da audição, do paladar e do tato.
Como exemplos, podemos purificar: o olfato, deixando de usar perfumes ou
usar aqueles que não gostamos; a visão, abstendo-nos de assistir
filmes, novelas ou acessar conteúdos que transmitem sensualidade,
violência, futilidade, mundanidade; a audição, evitando ouvir músicas do
mundo, conversas tolas, piadas de mau gosto; o paladar, através de
penitências e jejuns de alimentos e bebidas que gostamos e/ou de comer
coisas que não gostamos; o tato, usando roupas ou calçados que não sejam
tão confortáveis e macios, que causem um certo incômodo. Estas são
medidas simples que fazem toda a diferença na vida espiritual.
A nossa luta contra a carne
se faz ainda mais necessária em nossa vida de oração. Temos um exemplo
desta renúncia de nós mesmos na comunhão, como nos explica São Luís
Maria: “Mas recorda-te de que quanto mais deixares agir Maria na tua
comunhão, mais Jesus será glorificado. E deixarás agir tanto mais Maria
por Jesus e Jesus em Maria, quanto mais profundamente te humilhares e os
escutares em paz e silêncio, sem procurar ver, gostar ou sentir. Pois o
justo vive, em tudo, da fé9, e particularmente na sagrada comunhão, que é um ato de fé”10.
Estas três operações: “ver, gostar e sentir” dizem respeito ao nosso
corpo. Isto significa que quando mais renunciamos aos nossos sentidos e
também a nossa inteligência, memória e vontade, mais crescemos na fé,
esperança e caridade e consequentemente mais nos aproximamos de Deus.
Ouça programa do Padre Paulo Ricardo sobre “Os três inimigos da alma”:
O segundo inimigo da nossa alma: o mundo
O segundo inimigo de nossa
alma é o mundo, corrompido pelo pecado, no qual vivemos. O mundo quer
nos escravizar de vários modos, através do materialismo, do dinheiro, do
poder, do prazer, das paixões, da moda, do álcool, do fumo, das drogas,
da televisão, da internet, da pornografia, do sexo fora do Matrimônio,
do “politicamente correto”, das ideologias, das falsas religiões. O
resultado de tudo isso que o mundo oferece, com a falsa promessa de
felicidade, é a confusão, o desespero, a frustração, a depressão, a
neurose, a loucura, a degradação moral, as doenças, a escravidão, a
violência, as guerras, o suicídio, a morte.
Pelas consequências, vemos
que todas as coisas que o mundo nos oferece não nos darão felicidade. Ao
contrário, nos farão cada vez mais infelizes e distantes de Deus. Por
isso, devemos romper decididamente com o mundo. No entanto, o mundo
“está, presentemente, tão corrompido, que se torna quase inevitável
serem os corações religiosos manchados, senão pela sua lama, ao menos
pela poeira. Assim, é quase um milagre conservar-se alguém firme no meio
desta torrente impetuosa sem ser arrastado; andar neste mar tormentoso
sem ser submergido ou pilhado pelos piratas e corsários; respirar este
ar empestado sem lhe sentir as más consequências. É a Virgem, a única
sempre fiel, sobre a qual a serpente jamais teve poder, quem faz este
milagre a favor daqueles e daquelas que a servem da melhor maneira”11.
A Virgem Santíssima obtém de
Deus a fidelidade e a perseverança para todos os que se dedicam a ela.
Por isso, a Mãe da Igreja pode ser comparada a uma âncora firme, que nos
retém e impede que naufraguemos no meio do mar agitado deste mundo,
onde tantos perecem por se não segurarem a esta âncora segura. “Nós
ligamos as almas à Vossa esperança, como a uma âncora firme”, dizia São
Boaventura. “Foi a Ela que os santos que se salvaram mais se amarraram e
mais amarraram os outros, para perseverar na virtude. Felizes, pois,
mil vezes felizes os cristãos que agora se agarram fiel e inteiramente a
Maria, como a uma âncora firme”12. Dessa forma, as tempestades deste mundo não nos fará naufragar, nem perder os seus tesouros celestes.
Assista ou ouça programa do Padre Paulo Ricardo sobre “Dom Bosco e as três alvuras da fé católica”:
O terceiro inimigo da nossa alma: Satanás
Este terceiro, não é somente
Inimigo de nossa alma, mas também de todos os escravos e filhos de
Nossa Senhora. Pois, desde o pecado de Adão e Eva13,
“Deus constituiu não somente uma inimizade, mas ‘inimizades’, não
apenas entre Maria e o Demônio, mas também entre a descendência da
Virgem Santa e a de Satanás”14.
Isto significa que Deus estabeleceu inimizades, antipatias e ódios
secretos entre os verdadeiros filhos e escravos da Santíssima Virgem e
os filhos e escravos de Satanás. “Os filhos de Belial15, os escravos de Satanás, os amigos do mundo16,
até hoje perseguiram sempre, e perseguirão mais do que nunca, aqueles
que pertencem à Santíssima Virgem, como outrora Caim perseguiu seu irmão
Abel, e Esaú perseguiu Jacó, figuras dos réprobos e dos predestinados”17.
Apesar desta perseguição
infernal, não temos o que temer, pois a humilde Virgem Maria sempre
alcançará a vitória sobre este orgulhoso, e essa vitória será tão grande
que chegará a esmagar-lhe a cabeça, onde mora o seu orgulho. Nossa
Senhora sempre descobrirá a sua malícia de serpente e nos mostrará as
suas tramas infernais. Ela destruirá os seus conselhos e protegerá os
seus servos fiéis contra as garras cruéis do Inimigo, até o fim dos
tempos.
O poder de Maria Santíssima
sobre todos os demônios brilhará particularmente nos últimos tempos, nos
quais “Satanás armará ciladas contra o seu calcanhar, ou seja, contra
os humildes escravos e pobres filhos, que ela suscitará para lhe fazer
guerra. Eles serão pequenos e pobres na opinião do mundo, humilhados
perante todos, calcados e perseguidos como o calcanhar o é em relação
aos outros membros do corpo. Mas, em troca, serão ricos da graça de
Deus, que Maria lhes distribuirá abundantemente. Serão grandes e de
elevada santidade diante de Deus, e superiores a toda criatura pelo seu
zelo ardente. Estarão tão fortemente apoiados no socorro divino que
esmagarão, com a humildade de seu calcanhar e em união com Maria, a
cabeça do Demônio, fazendo triunfar Jesus Cristo.
Fontes: https://blog.cancaonova.com/tododemaria/a-consagracao-e-os-tres-inimigos-da-alma/
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