Não há como separar: saúde física e psíquica andam de mãos dadas.
Não é de hoje que estudos mostram que somos a soma daquilo que pensamos e
sentimos. Nossas emoções são capazes de preservar nossa saúde e também
interferir no surgimento de doenças graves.
Isso porque a partir do que sentimos descarregamos na corrente
sanguínea elementos químicos que fazem com que nosso corpo acione
respostas fisiológicas.
As emoções positivas, como gratidão, bondade e amor, estimulam a
produção de neurotransmissores responsáveis pelo nosso bem estar,
tornando-nos mais felizes, bem humorados e portanto mais tolerantes e
pacientes.
Já as emoções negativas, como raiva, medo, rancor e ansiedade,
estimulam a produção de cortisol, elemento químico do estresse, que faz
com que o corpo entre num estado de alerta, como se estivesse correndo
risco de morte ou precisasse lutar ou fugir. Com essa luta que não
existe, a química produzida acaba sendo absorvida pelo organismo,
passando de remédio para veneno.
As maiores queixas em relação ao estresse são atribuídas ao
trabalho. Mas não é a atividade em si que esgota, e sim o ambiente
profissional adoecido. As reclamações mais recorrentes são:
- Disputa e competitividade: trabalhar num ambiente hostil, onde
não se pode confiar no colega ao lado, é muito desgastante
emocionalmente. Alem disso, algumas empresas estimulam a competitividade
doentia para tirar proveito disso e acabam criando um clima
organizacional tóxico, propício a atritos e rivalidade.
- Cobrança excessiva: algumas empresas não respeitam o horário
comercial acordado. Alguns chefes exigem que os funcionários atendam ao
telefone ou respondam e-mails à noite, de madrugada e nos finais de
semana. Essa exigência, na maioria das vezes, não é dita de forma
direta, porém, aquele que tenta resistir a essa cultura costuma ouvir
indiretas irônicas, sofrer boicotes ou até ser demitido.
- Chefes tiranos: há chefes que “motivam” suas equipes através de
ameaças. Criam um clima de terror sob a justificativa de que assim o
funcionário produzirá mais. Só fazem conseguir o contrário.
- Acúmulo de funções: algumas empresas atribuem ao funcionário um
número de tarefas quase impossível de serem executadas dentro do horário
estabelecido. Com isso, o funcionário sacrifica lazer, família e
relaxamento. Submete o corpo e a mente a um constante estado de fadiga.
- Sensação de injustiça: no ambiente corporativo é muito comum
abrir mão da meritocracia em função de outros interesses: parentesco,
relacionamentos afetivos, solicitação de amigos ou troca de favores.
Isso gera um desgaste emocional intenso naquele que empenha esforços e
acredita que a empresa irá valorizar sua dedicação.
- Exigência de padrão inatingível: uma coisa é exigir que o
funcionário trabalhe com 100% da sua capacidade; outra coisa é exigir
dele o impossível. Estabelecer um patamar inalcançável, além de
desumano, cria uma sensação de dívida permanente.
Nossas emoções determinam nossa qualidade de vida. Para não adoecermos, é importante que o saldo se mantenha positivo.
Fonte: https://www.hojeemdia.com.br/opini%C3%A3o/colunas/simone-demolinari-1.334203/quando-o-ambiente-de-trabalho-adoece-1.693085
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