Raio de sol bate no Altar da Confissão onde estão os ossos de São Pedro, basílica do Vaticano



Em 1950 foi divulgada a grande notícia: o túmulo de São Pedro fora
descoberto. O próprio Papa Pio XII fez o anúncio, associando-o ao Ano
Santo.


Mas explicava-se que, segundo o modo como os ossos foram encontrados, não se podia concluir se eles seriam ou não do Apóstolo.


Ao par do grande júbilo, houve muitos protestos dos meios
científicos, que solicitavam, um exame rigoroso de todos os ossos,
descobertos na pequena abertura em forma de Λ na parede do túmulo de São
Pedro, por algum grande especialista.


Afinal em 1956, Pio XII concordou, e foi nomeado o dr. Venerando Correnti, um dos maiores antropólogos da Europa.


O trabalho foi lento e difícil, pois faltavam vários ossos
importantes. A conclusão, em 1960, constituiu uma sensacional decepção:
tratava-se de ossos de três pessoas – dois homens de meia idade e uma
mulher idosa.


E junto, encontravam-se vários ossos de animais. Todos antiquíssimos, talvez do século I.


Para os arqueólogos, a situação se explicava: como as leis romanas
proibiam a remoção de ossos de uma sepultura, esses haviam sido
encontrados e amontoados no pequeno buraco ao pé do nicho.


Apenas para completar os estudos, o dr. Correnti verificou rapidamente os demais ossos das tumbas próximas.


Ao analisar os ossos encontrados na cavidade revestida de mármore, da
parede dos grafitos, chamou-lhe a atenção o estado de conservação,
estando a maioria bem branca.


Dada sua grande antiguidade decidiu estudá-los melhor. Eram 135 ossos
sendo que poucos estavam inteiros. Constatou que provinham de um só
indivíduo, do sexo masculino, de físico robusto e falecido entre os 60 e
70 anos.


Antes de estar na cavidade marmórea eles estiveram enterrados na
terra nua, mas depois, durante muito tempo, permaneceram bem protegidos e
envoltos por tecidos purpúreos, que mancharam um pouco alguns.


Ao tomar conhecimento dessas conclusões, a dra. Guarducci ficou
sobressaltada. Ela revelou que a expressão grega “Πέτροσ ἔνι” ecoava
continuamente em sua cabeça.


Seriam essas as relíquias de São Pedro?


Não é a única explicação possível para o “Pedro está aqui”? E para a misteriosa cavidade?


Todos os dados confluíam para essa teoria. A razão do esconderijo seria evitar profanações.


O dr. Correnti logo apoiou a tese da dra. Guarducci, e ambos
obtiveram de Paulo VI, que havia sido eleito recentemente, permissão
para reabrir as pesquisas.


O teste crucial foi o dos fragmentos de terra existentes nos ossos.
Sua composição química revelaria se era a mesma terra que se encontra no
piso do túmulo vazio de São Pedro.


Uma circunstância tornava esse teste particularmente importante: a
terra do túmulo é de tipo calcária argilosa, bem diferente da que se
observa em toda a região vizinha, inclusive dos túmulos próximos.


Conclusão do exame: a terra é a mesma do túmulo de São Pedro.


O tecido purpúreo foi examinado. Seria púrpura autêntica? E seria romana?


Só os membros da alta nobreza romana podiam usar a púrpura
verdadeira, cuja fabricação era um rigoroso segredo de Estado. Os demais
ricos usavam, uma imitação.


Hoje a composição química de ambos os tipos é conhecida. Outra
particularidade: a púrpura com fios de ouro era de uso exclusivo da
família imperial em raras ocasiões.



Urna com os ossos de Sao Pedro, Vaticano



Resultado do exame: era púrpura romana verdadeira, decorada com
finíssimas placas de ouro. E os fios que estavam junto aos ossos eram
fios de ouro.


Este foi um argumento essencial a favor da teoria da dra. Guarducci,
pois como a cavidade marmórea foi considerada como já existente na época
constantiniana, ficava claro que o Imperador autorizara envolver as
preciosas relíquias na púrpura imperial.


Antes de publicar novos estudos, cinco renomados especialistas
independentes verificaram tudo o que havia sido feito e deram-se por
satisfeitos.


Mas, quando foi dada a público a nova teoria, levantou-se um grande vozerio em certos meios científicos.


Este era explicável, pois, para preservar o bom nome dos arqueólogos e
de Mons. Kaas, a dra. Guarducci procurou cobrir com um manto o incrível
episódio do eclesiástico ao recolher os ossos sem avisar aos membros da
equipe.


Também impugnou-se o exame do tecido, exigindo-se algo mais rigoroso.
E, sobretudo, argumentava-se que não havia nenhuma prova que
demonstrasse não ter sido violado o repositório marmóreo.


Assim nova série de pesquisas foi iniciada. O exame mais rigoroso dos
tecidos feito na Universidade de Roma, confirmou os resultados
anteriores.


E Paulo VI autorizou a se abrir o repositório, para confirmar se ele
datava da época de Constantino e se não fora violado. A dúvida surgiu
porque fora encontrada uma moeda do início da Idade Média no local.


Uma equipe desmontou a parte de baixo da parede azul dos grafitos, a
fim de penetrar no repositório sem tocar nas paredes e no teto.


Tudo foi examinado minuciosamente, e a conclusão foi que ele fora fechado no século IV, e jamais fora aberto.


Várias moedas foram ali encontradas, tendo penetrado através de fissuras da parede causadas por acomodação do terreno.


Para silenciar definitivamente as críticas novo trabalho foi
publicado, relatando as circunstâncias exatas do episódio de Mons. Kaas,
acompanhado de documento juramentado do “sampietrini” Segoni.


E a dra. Guarducci rebateu convincentemente a última crítica que
ainda pairava: como explicar a remoção dos ossos da sepultura, mesmo por
motivos de segurança, uma vez que os costumes romanos não o permitiam?


Na realidade os ossos não foram removidos da sepultura, pois a parede azul é parte integrante dela.


Após algum tempo, certificando-se de que a crítica nada mais de
ponderável podia apresentar, e vendo que os novos exames reforçaram
singularmente a teoria da dra. Guarducci, Paulo VI, a 26 de junho de
1968, anunciou solenemente ao mundo que, após longos e extensos estudos
“as relíquias de São Pedro foram identificadas de um modo que julgamos
convincente”.


E, por isso, ele fazia “este feliz anúncio” aos fiéis de todo o mundo.


No dia seguinte, em cerimônia presidida por Paulo VI, as relíquias de
São Pedro, guardadas em caixas com tampos transparentes, foram
recolocadas no repositório onde haviam sido encontradas.


Confirmando a tradição católica, sobre as relíquias de São Pedro fora
edificada a grande Basílica de Constantino, considerada o centro da
Cristandade.


E sobre tal Basílica, mil anos depois, ergueu-se a atual Basílica de São Pedro.


Cumpriu-se assim, até de modo físico, a promessa de Nosso Senhor
Jesus Cristo a São Pedro: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a
minha Igreja”.


Autor: Juan Miguel Montes, “Catolicismo”


Fonte: Blog Ciência confirma Igreja

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