Em meados do século XIV, os Templários foram
perseguidos por toda a Europa, e sua ordem de fato foi dissolvida. No
entanto, esses cavaleiros nunca foram excomungados pela Igreja de Roma.

Criada
em 1119 pelo francês Hugo de Payens, a Ordem dos Pobres Cavaleiros de
Cristo e do Templo de Salomão, ou simplesmente Ordem dos Templários, foi
concebida com a função de proteger os peregrinos que partiam para
Jerusalém durante o período das Cruzadas. Cerca de dois séculos depois, o
grupo já era considerado uma potência militar, ostentando um
contingente de aproximadamente 15 mil homens, e financeira. Os
cavaleiros estavam entre os principais proprietários de terras do
período, donos de numerosos feudos e de uma rede própria de mosteiros.

A
ordem mantinha negócios com todos os grandes senhores da Europa
medieval, além de constantemente emprestar dinheiro para a Igreja e
gerir alguns de seus bens. Entre seus “clientes” estavam figuras
ilustres como o rei João I da Inglaterra (1166-1216) e Filipe IV, o Belo
(1268-1314), soberano da França e principal artífice da destruição dos
Templários. Sua ofensiva contra a ordem tinha dois objetivos: a
ampliação dos domínios do reino francês e o enriquecimento de seu
Tesouro.

Na manhã do dia 13 de outubro de 1307, uma operação
lançada secretamente pelo conselheiro real Guilherme de Nogaret resultou
na prisão de todos os Templários da França. Os membros da ordem foram
interrogados sob tortura e entregues aos inquisidores dominicanos, que
os condenaram por heresia, apostasia (afastamento da doutrina pregada
pela Igreja), idolatria e sodomia. Alguns foram condenados à morte na
fogueira. Chocado com as confissões obtidas pelos lacaios de Filipe IV, o
papa Clemente V (1264-1314) determinou a prisão de todos os Templários
da cristandade.


















Biblioteca Britânica, Londres
Cavaleiros da ordem são queimados por Filipe IV

Criaram-se comissões eclesiásticas para investigar os membros da ordem,
e, em 1311, um concílio se reuniu na cidade francesa de Vienne para
avaliar as informações coletadas e julgar os cavaleiros. A culpabilidade
do grupo ficou longe de ser uma unanimidade, e alguns dos presentes
propuseram que ele fosse reformado, não abolido. Temendo um conflito com
o rei da França, Clemente V demorou a tomar uma decisão.

Finalmente,
em meados de 1312, o papa foi informado de que Filipe, o Belo, estava
marchando em Lyon com o seu exército. Vencido pelo medo, o pontífice
assinou no dia 3 de abril a bula Vox in excelso, simplesmente suprimindo a Ordem do Templo, sem condená-la. Outra bula, chamada de Ad providam,
decretou que os bens do grupo fossem transferidos para os beneditinos
da Ordem de Malta. Por fim, uma terceira bula anunciou que o papa se
encarregaria de julgar os acusados, mas eles não seriam excomungados.

Em
países como Inglaterra, Espanha, Portugal e Alemanha, os Templários
foram inocentados. Na França, absolveram-se aqueles que reconheceram
seus erros. Assim, Filipe IV fracassou em seus planos de espoliação
total dos bens dos Templários em proveito próprio. No entanto, o rei
francês conseguiu prender o grão-mestre Jacques de Molay, que foi
queimado vivo em Paris no dia 19 de março de 1314. 


 


Fonte: http://www2.uol.com.br/historiaviva/artigos/os_templarios_foram_excomungados__falso_.html

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