| Entrevista com Padre Quevedo |
Trechos de entrevistas com Padre Quevedo em
vários jornais e revistas
Aos
7 anos de idade, depois de viver um exílio forçado em seu próprio país por
causa do fuzilamento do pai pela Frente Popular Espanhola-regime político de
republicanos e comunistas, que substituiu a monarquia-, o menino Oscar G.
Quevedo se tornou ávido leitor de livros espíritas. O trauma provocado pela
morte do pai, Manoel Gonzáles Quevedo, um deputado tradicionalista de Madri,
ligado à corte do rei Alfonso XIII, transformara o garoto em uma criança
extremamente supersticiosa. Morando clandestinamente em Gibraltar com um tio
(irmão da mãe) que acreditava no espiritismo, foi orientado a buscar naquela
literatura, as razões da superstição adquirida.A partir dali acabou
descobrindo a vocação religiosa quando estudava humanidades na Universidade
de Salamanca, no norte da Espanha. A seguir, se formou em filosofia e
psicologia na Universidade de Santander e decidiu ir para um seminário
jesuíta. Aprofundou, então, seus estudos sobre o "Além",
particularmente sobre mágica e ilusionismo.
O
então reitor da faculdade de Filosofia, padre Vicente Gonzales, conhecendo o
interesse de Oscar Quevedo pelo ocultismo, recomendou que ele viesse para o
Brasil, campo fértil para pesquisadores do sobrenatural. Foi ordenado padre
em 1961, em um seminário de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. Fundou, a
seguir, o Centro Latino Americano de Parapsicologia (CLAP), em São Paulo, que
dirige até hoje-onde passa os dias, pesquisando na biblioteca com mais de
10.000 volumes que reuniu sobre paranormalidade. Somente sai dali quando se
desloca qualquer ponto do país para ministrar cursos sobre parapsicologia, tema
em que é hoje um dos maiores especialistas do mundo. Para tanto, lê, fala e
escreve fluentemente outros quatro idiomas (latim, grego, hebraico e
português) além de sua língua pátria, o espanhol. (Léo Alves)
1
- Que avaliação a cúpula da Igreja Católica faz do seu trabalho?
No começo, há quarenta anos, quando cheguei
ao Brasil, surgiram dificuldades, mal entendidos, sofri pressões por uns oito
anos, mas depois, pouco a pouco, a verdade foi sendo aceita e, hoje, todos os
jesuítas me apóiam, e também os bispos. A CNBB (Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil)mandou que eu fizeste, anualmente, cursos de parapsicologia
para sacerdotes e agentes de pastoral. Então, tenho apoio irrestrito da
igreja.
2
- O senhor acredita em vida extra-terrestre?
Tem que existir. Mas isto é uma dedução
filosófica. Penso, entretanto, que se existe uma raça humana, tanto material
quanto espiritual, seria um absurdo Deus ter criado no planeta Terra tanta
variedade, tantas espécies, e fora daqui, existirem outros milhões de planetas
sem vida. Pensar que só está habitada esta partícula de pó, que é a Terra, é
filosoficamente inadmissível.. Agora, que se comuniquem conosco pelos
chamados óvnis (objetos voadores não identificados) nunca alguém demonstrou
algum caso concreto de que tenhamos sido visitados por alienígenas e suas
naves.
3
- O movimento carismático é visto como uma fórmula que a Igreja Católica
encontrou para tentar combater o crescimento das igrejas evangélicas. Procede?
O movimento carismático não foi arquitetado
pela igreja para combater o pentecostalismo. Os carismáticos foram
organizados na América (Estados Unidos) e, por conseqüência, foram se
espalhando pelo mundo.
4
- A Igreja Católica está preocupada com o crescimento das religiões
evangélicas?
Está. Os que não se preocupam deveriam se
preocupar, porque existem hoje 11.000 religiões no mundo. Isto é de doer o
coração de Cristo que queria que fôssemos um só rebanho e um só pastor. Os
que dispersam o rebanho não são os pastores que Cristo queria.
5
- A Teologia da Libertação é um movimento necessário na Igreja Católica?
Necessário ou não é um movimento dentre as
centenas de movimentos que há dento da Igreja. Acho que é um chamado de
alerta muito interessante, porque havia certos descuidos, certos desvios
pastorais. Cristo, quando estava no deserto, havia feito opção preferencial
pelos pobres e houve um momento em que a Igreja Católica na América Latina se
desviou daquele ensinamento de Cristo.
6
- O guru goiano Carlos Pacini dizia curar pessoas com um abraço energético. O
senhor acredita nessa possibilidade?
É absolutamente um truque ou sugestão. Se
os doentes recebessem, como vasos comunicantes, energias, e os curandeiros
transmitissem energias, imagine o que aconteceria com os médicos e
enfermeiras que estão sempre ao lado de pessoas debilitadas? Se um curandeiro
transmitisse energia como vaso comunicante, depois do terceiro ou quarto
paciente que atendesse, ele ficaria exaurido. Não existe isso. É verdade que
já se acreditou em magnetismo animal, em jorei, a partir do mesmerismo, que é
hipnotismo.Isso tudo teve vários nomes no começo das pesquisas. Mas foi muito
bem estudado e se concluiu que é uma farsa.Parapsicologicamente, algumas
vezes é possível uma pessoa desprender energia, além do calor, mas é uma
energia somática, a telergia, que se transforma e se exterioriza em forma de
som, de fogo, de aura. Mas a telergia só age espontaneamente, nunca com hora
marcada, e somente sobre objetos e animais pequenos. Nunca sobre animais
grandes ou sobre o homem. Isto já está provado cientificamente. O que Pacini
diz fazer é puro charlatanismo. A parapsicologia internacional está disposta
a dar 10.000 dólares a cada um dos curandeiros- podem se reunir todos - se
eles forem capazes de emitir energia e curar uma cárie dentária...
7
- Por que o senhor aceitou participar do programa "Fantástico", da
Rede Globo?
Mesmo que eu, dentro das minhas poucas
possibilidades financeiras, tivesse de pagar, aceitaria porque interessa ao
meu trabalho, que é o de esclarecer, tirar superstições, confirmar verdades.
O Brasil é o País mais supersticioso do mundo, lamentavelmente. Aqui,
qualquer bobagem é considerada um milagre. E se disseminam religiões sem
fundamento como em nenhum outro lugar. Até os cristãos católicos têm
superstições. Esclarecer essas coisas é o meu trabalho e para isto fui
chamado ao Brasil há quarenta anos. Então, não poderia perder uma
possibilidade de estar numa mídia tão grande quanto a do Fantástico- embora
não se possa explicar grande coisa no espaço de tempo que tenho. Mas é uma
sementinha que vai ser plantada em milhões de pessoas, o que conta muito para
meu apostolado.
8
- O senhor acredita que a ciência e a religiosidade acabarão se encontrando
como admitem alguns dos maiores expoentes da psicologia transpessoal?
Sem sombra de dúvida. A Psicologia
transpessoal, a psicologia profunda de Viena também são reconhecidas pela
Igreja Católica. A última encíclica do Papa João Paulo II, resumindo o
pensamento universal, tanto da ciência quanto da religião, entendeu que não
há incompatibilidade nenhuma entre a verdade religiosa e a verdade
científica. Se a ciência só estuda a matéria, problema da ciência por esse
desvio. Mas deveria observar todos os fatos inerentes ao mundo. A verdade
religiosa e a verdade científica estão estudando temas diferentes, mas
naquilo em que há coincidência, estamos estudando os mesmos fenômenos. A
religião estuda o milagre como confirmação de uma doutrina, a ciência estuda
o milagre como um fato observado no mundo. Por isto, com razão, ciência e fé podem
e devem colaborar entre si.
9
- Se o homem é um Cristo potencial, ele pode, então, chegar à estatura de
Jesus Cristo aqui na Terra?
Já ouvi muitos disparates na minha vida,
discutindo com setores espiritualistas, mas esse é um dos maiores. Por muito
que o homem se desenvolva, nunca chegará à estatura de Cristo. Aos fanáticos
que se intitulam como o novo Cristo, capazes de realizar os milagres que Ele
fez para provar que era Deus, eu digo: Revitalizem os mortos, curem leprosos
à distância. É pura fantasia o homem achar que pode um dia chegar à estatura
de Cristo.
10
- Chico Xavier é uma fraude?
Pode ter fraudado alguma vez. A revista
Manchete descobriu que ele escondia embaixo da mesa em que trabalhava uma
bolsa de borracha que, quando apertava, soltava, pela sua manga, um cheiro de
santidade. Se comprovou também outras fraudes nas chamadas materializações.
Ele não contribuiu diretamente para isto porque estava em transe. Apesar de
tudo, considero Chico Xavier um homem bom, um homem sincero. A psicografia,
isto sim, nada tem a ver com o Além. É um transe. O próprio sobrinho de Chico
Xavier, Amaury Pena, disse que foi treinado pelo tio para psicografar, porque
estava sendo preparado para ser seu substituto. Infelizmente, ele morreu em
um acidente de carro.Psicografar é uma escrita inconsciente, automática. Se
Chico Xavier fosse um pouco mais culto nunca diria que psicografa,
principalmente por Emmanuel, senador romano dos tempos de Cristo. Naquela
época nenhum senador romano poderia se chamar Emmanuel, um nome
católico-cristão, que significa "Deus-conosco". Além disso, se
Chico Xavier psicografa um senador romano dos tempos de Cristo, então ele
escreveria em Latim. Eu comprovei pessoalmente, várias vezes, que Chico
Xavier não entende uma palavra em latim, não escreve em latim.
11
- O senhor nega a comunicação dos mortos com os vivos, entretanto, como
explicar a transfiguração do Tabor (em Israel) quando Jesus foi envolvido por
uma nuvem e nela apareceram Elias e Moisés? Não foi uma evidência de que os
mortos aparecem?
Não. Moisés é um símbolo da Lei e Elias é
um símbolo dos profetas. Cristo, ao transfigurar-se, num magnífico Milagre,
simbolizou o despertar dos apóstolos que estavam como que dormindo.Foi quando
São Pedro disse: "Façamos três tabernáculo e comentem o Evangelho".
Isto aconteceu porque os apóstolos naquele momento, estavam completamente em
transe, sem saber o que diziam- e a aparição de cristo para eles representou,
simbolicamente, a Lei e os Profetas. Foi uma metáfora. É preciso que se saiba
que, tomar os ensinamento da Bíblia ao pé da letra é falta de respeito. A
transfiguração de Cristo foi um Milagre, mas as "presenças"(visões)
de Moisés e Elias naquele episódio simbolizavam claramente a Lei e os
Profetas, o que Cristo queria que os apóstolos se lembrassem.
12
- O senhor nunca sofreu alguma censura oficial da Igreja?
Oficial, não. O Papa e os Bispos nunca se
opuseram ao meu trabalho. Alguns padres ficaram meio desconfiados, chegaram a
me chamar para explicar algumas coisas, mas só ficou nisso. Teve um superior
meu que, por erro de informação, achou que a parapsicologia era coisa de
herege, mas também com o tempo, tudo ficou esclarecido. Fui à Roma e dei
todas as explicações e fui compreendido.
13
- O senhor acredita na interligação de todas as religiões, a unificação de
todos os nomes de Deus, como pretendem alguns? Admite, afinal, que Cristo,
Buda, Krishna e Maomé são diferentes nomes da mesma divindade?
Coisas contraditórias não podem ser
verdadeiras. Há religiões que consideram que tudo é Deus. Já o cristianismo
acredita na ressurreição: o homem não morre, se transforma. A ressurreição,
portanto, é incompatível com a reencarnação que é defendida por outras
doutrinas. Embora existam partículas de verdades em todas as religiões, as
contradições entre todas são fatos inquestionáveis. Por isso, acreditar que
possam se unificar e definir seus deuses por um só nome, não é possível.
Também, na época de Cristo havia muitas religiões e ele dizia que era preciso
definir o que era a verdade, e mandou seus apóstolos ensinarem ao mundo a
verdade. Se tem quem acredita nas partículas de verdade, tudo bem, acredite.
Mas, como teólogo e cientista, encontro tantas coisas contraditórias que não
posso aceitar que Buda, Krishna, Maomé e Cristo sejam uma mesma divindade.
Não.
14
- O senhor certamente leu o livro "O Evangelho Segundo Jesus
Cristo", do escritor português José Saramago. Ele apresenta um perfil
mais humano de Cristo, o que não agradou a Igreja Católica em Portugal. Que
avaliação o senhor faz do livro?
Como estilo literário, embora não seja a
minha especialidade, gostei muito. Mas é de uma petulância doentia querer
saber, no século 21, como foi Cristo, como se comportava Cristo. E, o que é
pior, passando por cima das testemunhas escolhidas por Cristo, pessoas que o
acompanharam. Além disso, os escritores contemporâneos de Cristo, todos eram
gregos. Portanto, tudo o que foi escrito por eles e até Cícero, outro
contemporâneo de Cristo, é a melhor verdade histórica de toda humanidade.
Querer, agora, um literato, que nem teólogo é, que nem historiador é, que nem
filósofo é, que nem parapsicólogo é, se pôr a falar sobre este tema no século
21, e ainda ganhar Prêmio Nobel, é uma loucura localizada.
15
- Qual o teólogo que mais influenciou o seu pensamento?
Eu gosto muito de Karl Rhaner, porque é
jesuíta e excelente parapsicólogo, além de grande teólogo, e tem mais uns
três ou quatro grandes historiadores sacros e especialistas em
parapsicologia.
16
- O senhor não teme atrair para si antipatia social em razão de suas
rigorosas opiniões contra o espiritismo?
A primeira obrigação do cientista é não
atrever-se a emitir uma opinião que não seja a verdade. A segunda obrigação é
não atrever-se a ocultar nada que seja verdade. Como cientista, estudo os
fenômenos parapsicológicos em todo o mundo para apresentar à sociedade uma
explicação reta. E, como sacerdote, sou uma pessoa interessada em eliminar os
erros de interpretação, separar a verdade da superstição e diferenciar o
verdadeiro do falso milagre. Portanto, não devo me preocupar por estar
revelando a verdade sobre o que está traindo a verdadeira religião.
17
- O Senhor se considera um cientista?
Eu não me considero, eu sou.Sou doutor em
teologia. Em toda a minha vida, com cinco carreiras universitárias, me
dediquei a estudar a parapsicologia. Portanto, não tenho o menor receio de
afirmar que sou um cientista.
18
- Um religioso superstar tipo o padre Marcelo Rossi traz que tipo de
contribuição para o catolicismo?
O que o religioso pretende ou deve
pretender como meta, é chegar ao maior número possível de pessoas. Se
cantando, Padre Marcelo atrai multidões, isto é um instrumento evangelizador
muito bom. São Paulo dizia também que, se não evangelizar, o apóstolo é como
o sino que não faz barulho.
19
- O senhor se acha capaz de desmascarar as curas espirituais praticadas pelo
curandeiro João de Deus, que atua em Abadiânia, nas proximidades de Brasília?
O João de Abadiânia é pura farsa, todo
mundo sabe. Eu já fui lá e ele fugiu. Ele diz que incorpora o espírito do
jesuíta Santo Inácio de Loyola. Ora, Santo Inácio de Loyola era basco e João
de Abadiânia, quando se diz incorporado pelo santo, não fala uma palavra em
espanhol. Santo Inácio estudou na Universidade de Paris e João de Abadiânia
não sabe francês, nem fala nessa língua quando se diz incorporado. Santo
Inácio viveu muitos anos em Roma e João não fala em italiano. Santo Inácio,
como todos os padres da época, sabia latim. João de Abadiânia, não entende e
nem fala uma só palavra em latim quando se diz incorporado. Ele mesmo quando
está doente, vai aos médicos, não procura um curandeiro nem apela ao espírito
de Santo Inácio de Loyola.
20
- Por que os psicólogos e psiquiatras criticam tanto a parapsicologia? Na sua
opinião, é preconceito ou há mesmo uma polêmica científica?
A parapsicologia está muito bem estudada e
os últimos a não aceitarem esta ciência são os psiquiatras e os
psicólogos.Parapsicologia, psicologia, psiquiatria são palavras que sugerem a
psique. Qualquer profissional de psicologia e psiquiatria considera que a
psique é sua especialidade, mas, como não entende de parapsicologia, sai
dizendo que "isso não é uma ciência". E se opõe automática e
instintivamente. A parapsicologia nada tem a ver, propriamente com psicologia
e psiquiatria. O psiquiatra estuda as manifestações anormais do psiquismo
humano. O psicólogo estuda as manifestações normais. A parapsicologia é o
conjunto dos ramos das ciências (física, química, medicina, filosofia,
teologia). É uma ciência que estuda o comportamento não freqüente, à margem do
normal, extraordinário, relacionado com o homem ou a outras forças da
natureza. Qualquer manifestação da natureza, antes de ser negada, deve ser
estudada. E é a parapsicologia que estuda os fenômenos incomuns. Roger Bacon
(monge britânico franciscano- 1212/1294 -, conhecido como Doutor Admirável,
que preconizou a ciência experimental) reagiu numa época em que a religião se
metia e dava palpite em tudo, e que logo atribuía ao demônio o que não
entendia. Ele defendeu que as manifestações desconhecidas deveriam ser
estudadas em laboratórios e as análises repetidas à exaustão.
21
- O que o senhor acha da telepatia? Seria algo equivalente a televisão, uma
transmissão de ondas?
A faculdade que permite as comunicações
telepáticas, cientificamente chama-se faculdade PSI-GAMMA e esta faculdade
nada tem a ver com ondas, por ser faculdade não material. Nos seus
primórdios, a Ciência, que era exclusiva e aprioristicamente materialista, ao
estudar esses fenômenos, pensou que deveriam ser sensoriais, como a HIP, isto
é, Hiperestesia Indireta do Pensamento. Este sim, poderia se assemelhar ás
ondas da televisão, onde há emissões que são emitidas e captadas pela pessoa;
como os aparelhos de televisão captam as ondas emitidas pela central.
22
- Qual a utilidade da Parapsicologia? Além das contribuições valiosas já
mencionadas?
É tão útil quanto ou mais que a Medicina, a
Psicologia e outras ciências pois ela é essencialmente libertadora. O homem
moderno vive cercado de medos de demônios, espíritos, de homens com poderes,
extra-terrestres, de forças secretas, de ameaças cósmicas, de fantasmas, de
visões e de comunicações do além, etc.. E mostrar a esse homem que tudo isso
é proveniente do próprio homem, de suas energias psicofísicas, de suas
faculdades espirituais, é libertá-lo de temores, é torná-lo consciente e
senhor de si e de sua vida, que deverá ser mais feliz, e paralelamente, pela
prova dos milagres, trazê-lo à verdadeira Religião Revelada.
23
- E como está atualmente a Parapsicologia no Brasil?
Um número relativamente reduzido de pessoas
possui uma idéia correta desta Ciência; a maioria tem uma idéia vaga e
errada. Poucos brasileiros leram obras sérias e científicas sobre este
assunto. Há além do mais, muitos conferencistas que se apresentam como
professores de Parapsicologia e não o são, sendo na realidade, propagandistas
de superstições.
24
- Feitiço e mau-olhado também são estudados pela Parapsicologia?
São muitas as pessoas que sofrem porque se
sentem enfeitiçadas, "alguém me fez um trabalho". Na realidade, o
feitiço não tem poder algum. O efeito do feitiço nada mais é do que o próprio
temor da pessoa que se sente enfeitiçada. Por causa da auto-sugestão
negativa, esta pessoa pode se sentir doente, mas a causa da doença não está
no feitiço e sim no medo da pessoa que se auto-sugestionou.
25
- Falando do espiritual...acredita o senhor que há vida após a morte?
O tema da sobrevivência é estudado com
especial interesse e atenção pela Parapsicologia. Em Durham, desde 1992, com
a Instituição Mc Dougal, inaugurou-se a Fundação para Investigação da
Natureza do Homem. Já antes, no Congresso Internacional de Parapsicologia de
Saint- Paul de Vence (1954), os parapsicólogos e filósofos concluíram pela
espiritualidade da faculdade. Em 1961, nos Estados Unidos, foi fundada a "Psychical
Research Foundation" que publica o boletim THETA (da palavra grega que
significa morte) no qual são expostos argumentos científicos em prol da
sobrevivência. A sobrevivência é uma dedução lógica da espiritualidade que há
no homem.
26
- O que é Parapsicologia?
É a Ciência que trata dos fenômenos
misteriosos, a primeira vista inexplicáveis, porém relacionados com o homem.
Já os povos antigos pretendiam invocar os mortos, faziam adivinhações e havia
entre eles curandeiros. Já então eram conhecidas as "casas mal
assombradas". Posteriormente surgiram na Inglaterra, os cavalos
encantados, os fantasmas e os bruxos. Datam de milênios os casos de pessoas
ignorantes e analfabetos que, de repente, começam a falar línguas
desconhecidas, pessoas que se levitam, pessoas endemoninhadas, etc. Os fatos
que ainda hoje se repetem, são iguais; interpretados, porém de modo diferente
e com finalidades específicas. Uns atribuem-nos aos demônios, outros a
gênios, a deuses, e hoje está em moda, principalmente no Brasil, atribuí-los
aos mortos. Podemos dizer que a Parapsicologia é o conjunto de ramos da
ciência que estuda e estabelece a diferença entre verdadeiros e falsos
milagres; os fundamentos verdadeiros ou falsos das religiões.
27
- Que visa então a Parapsicologia?
Como ciência tem a finalidade de constatar
e analisar esses fenômenos. Essa constatação científica nos permite fazer
certas afirmações seguras; o que ra outrora atribuído a entidades do além, a
Parapsicologia provou serem de origem humana, isto é, trata-se de faculdades
ou "poderes" do próprio homem vivo. Menos os verdadeiros milagres,
exclusivos de Deus. A ciência vê o ambiente do fenômeno supranormal
(milagre), e constatou: só em ambiente religioso divino.
28
- O senhor costuma dizer que as manifestações parapsicológicas não devem ser
fomentadas ou desenvolvidas, mas curadas. Esse posicionamento não encontra
respaldo em todas as teorias parapsicológicas já desenvolvidas. Existem
linhas de estudo, que inclusive pensam o contrário: que as faculdades são uma
evolução natural do ser humano e devem ser estimuladas. O senhor não acha
perigoso tentar conter uma capacidade mental que pode ser inerente ao ser
humano?
O Congresso Internacional de
Parapsicologia, realizado na Europa em 1953, proibiu fomentar esses fenômenos.
O Dr. Tart comprovou que as brincadeiras com o baralho Zener, que se faziam
na Duke University, podem causar lesões cerebrais que não se curam nunca.
Cada vez que se fala de uma casa mal-assombrada, de pirogênese, logo surge
uma epidemia de casos. Faríamos um mundo de loucos, de hipernervosos, porque
ninguém manifesta um fenômeno parapsicológico em estado normal, só em estado
alterado de consciência. Telepatia, por exemplo, todo mundo tem alguma vez.
Mas uma casa mal-assombrada, uma levitação, uma transfiguração, uma
pirogênese, uma autocombustão, são desequilíbrios. Plenamente normal,
equilibrado, ninguém manifesta sequer uma telepatia, que é o fenômeno mais
vulgar. O estado alterado poderá ser uma emoção, um sonho, o barulho dos
atabaques, que causa uma disritmia cerebral, ácido lisérgico, peyote
mexicano, cânhamo índico, mescalina, contágio psíquico, morte aparente, uma
febre alta. Por outro lado, isso surge do inconsciente e o consciente não
reconhece como próprio. Assim, há a necessidade de atribuir algo a alguém, e
a pessoa pensa que tem poderes divinos, de espíritos, exus, orixás, fadas,
ondinas, salamandras, larvas astrais, gênios, mahatmas; interpretações
delirantes que levam à dupla personalidade. Um instituto que promete fomentar
os fenômenos parapsicológicos vai atrair muito, vai estar cheio de
seguidores, mas não é científico. Os fenômenos devem ser curados.
29
- Mas em outras religiões também se fala da ocorrência de milagres, e as
pessoas não concordam com esse ponto de vista.
Qualquer bobagem é milagre ou então milagre
é uma bobagem. Expulsou o demônio, saiu caminhando, tinha um tique nervoso e
agora está bem. Algum caso de devolução de uma perna? Os católicos tem
muitos. Algum caso de devolução de uma mão? Os católicos têm muitos. Alguma cura
instantânea de um leproso? Temos muitas.
30
- E no caso da pictografia de Luiz Antonio Gasparetto? Os espíritos pintam
através dele?
Por que Luiz Gasparetto, em vez de pintar
autores impressionistas, que ele conhece, não pinta um autor que não conhece?
Ele treinou a vida inteira para a pictografia- é um automatismo. A
psicografia em geral se provoca com toda a facilidade. Dizem que são os
mortos. Por que Chico Xavier não psicografa em latim? Ele diz que Emmanuel
era um senador romano dos tempos de Cristo reencarnado no padre Manuel da
Nóbrega. Então teria de se manifestar em latim. Mas a psicografia só sai em
português e de autores que ele conhece. Não digo que seja truque, mas é um
fenômeno claramente humano. Gasparetto também, só com autores que ele conhece.
Ele treinou a vida toda para isso. Levamos algumas pinturas de gasparetto ao
diretor do Museu de Arte Moderna e ele disse que, se aquilo fosse do autor ao
qual se atribui e ele renascesse das cinzas, morreria de novo, de susto. As
pinturas são apenas semelhantes, feitas com habilidade e uma rapidez típicas
de todos os automatismos. Em um estado alterado de consciência, quando os
automatismos tomam conta da máquina humana, quem não é especialista se
surpreende. Mas reflitam um pouco: se fossem os mortos, por que nunca
psicografam em latim, alemão ou russo??
31
- Independente desse posicionamento, outras linhas de pesquisa não acham que
os fenômenos são algo para ser "curado".
Volto a dizer: temos de ver os argumentos.
A Parapsicologia européia é a melhor experimentação de laboratório, com
observações de casos espontâneos, experimentação qualitativa e teoria, com
deduções a partir das experiências e pesquisas. Não só com a experimentação
de laboratório, que acontece na escola norte-americana - só estatística
matemática e laboratório. A escola norte-americana tem seu mérito, pois
convenceu a UNESCO e a OMS a aceitar a Parapsicologia como científica. Na
realidade, é um erro da ciência nos últimos três séculos e meio, só aceitar a
metodologia materialista da repetição em laboratório. Mas não é científico
querer que a realidade se adapte ao método. O método é que tem que se adaptar
à realidade. Acabaram por aceitar a percepção extra-sensorial por método
material de pesquisa, o que demonstra que se trata de um aspecto menor dos
fenômenos psi-gamma, tão amplos que se manifestam até em laboratório, com
aquela situação de enervar, com a estatística matemática querendo captar
coisas tão "emotivas" quanto o baralho zener. Pois a emotividade é
comprovadamente um fator muito importante. Então, há escolas que opinam por
falta de conhecimento. É preciso aprofundar e ver os argumentos.
32
- O senhor se referiu aos fenômenos paranormais como sendo sempre espontâneos
e incontroláveis, e que é impossível produzi-los com hora marcada, senão
pode-se tratar de um truque. Ligando essa afirmação com aquela sobre a escola
norte-americana, sabe-se que existe uma série de experiências realizadas em
laboratório, inclusive com o "paranormal" Uri Geller, que esteve no
Stanford Institute, na Universidade de Londres, no Japão e em várias outras
por todo o mundo. Segundo os cientistas que o examinaram, os poderes dele são
reais. Foram comprovados em laboratório.
Uri Geller era um mágico profissional num
night club em Jaffa, perto de Tel Aviv. Tivemos um debate de mais de 5 horas
com a Manchete e a Rede Globo. Uri Geller versus Padre Quevedo: nocaute no
primeiro round. Demonstrei e ficou claríssimo que ele não dominava o
fenômeno. Isso de dobrar um talher, ele fazia por truque. Ele argumentou que
entre o público, às vezes, o fenômeno acontece. Claro! Naquele ambiente que
ele havia criado, com toda sua simpatia, seria impossível não surgir uma
paracinesia entre milhões de telespectadores. Ele disse que foi demonstrado
no Stanford Research Institute, que era verdadeiro. Mentira! Isso é
publicidade dele. Lá, demonstraram que era truque, que ele usava um micro
rádio que colocava num dente oco para lhe transmitir as informações. Que o
fenômeno pudesse ser autêntico, sim. Mas que eles tivessem demonstrado que
uri Geller fazia quando queria e como queria, não. Dizem que alguma vez
poderia ser verdade. Mas quando ele aparecia na televisão, eram truques e
técnicas, e isso foi demonstrado. Então não é verdade o que Uri Geller diz.
Isso é propaganda dele. Le reconheceu que era truque.
33
- A transcomunicação instrumental, que o senhor avaliou em seu quadro no
Fantástico, foi explicada como um fenômeno parapsicológico- ou seja,
influência da mente. O senhor também já disse que os fenômenos
parapsicológicos não podem ter hora marcada. Mas, em alguns casos de
transcomunicação, o fenômeno ocorre com hora marcada: as pessoas marcam dia,
hora e local para a comunicação chegar. Como se explica isso?
Esse senhor se preparou para o debate por
muito tempo. As palavras que ele esperava, "Ramatis Presente", são
as mesmas que ele já tinha apresentado em vários outros congressos, assim
como as imagens, de modo que no programa, ele pretendeu enganar.E ficou claro
que estava enganando, só que a Rede Globo, naquela oportunidade, não quis
terminar o debate e anunciou que vai continuar. Vamos deixar de lado o uso da
eletrônica, porque com a eletrônica se captam coisas de muito longe.Vamos
simplificar, para sermos experimentadores. Com ele eu tirei uma caneta e
coloquei em cima da mesa- está tudo filmado- e disse: " Vamos nos
afastar a 50 metros de distância, junte todos os espíritos dos mortos e façam
a caneta mexer. A parapsicologia internacional dá 10 mil dólares se ele mexer
a caneta. Se não são capazes todos juntos de movê-la a mais de 50 metros dos
vivos, por que andam dizendo que fazem quando querem? Isso é um fenômeno
humano que precisa da energia corporal do vivo, perto, aqui e agora. Não age
no futuro nem no passado. É uma energia realmente física.
34
- Alguns espíritas dizem que o canal, ou médium, é uma espécie de
decodificador, e por isso existem essas diferenças.
O fanático sempre encontra uma saída, mas
têm de prová-la.A ciência demonstra que ESP (Percepção extra-Sensorial) não
tem tempo, não tem distância, não tem obstáculos, e apresenta contraprovas
como a senha e muitas outras. Quem tiver outra explicação que dê a prova. Não
basta "poderia ser".
35
- E os casos de Telepatia, com as experiências de transmissão de mensagens e
imagens de um continente a outro?
Telepatia. Está provado que a Percepção
extra-sensorial não tem tempo, não tem distância e não tem obstáculos. Então
já está explicado. Por que vamos atribuir ao além, o que está sobejamente
explicado por psi-gamma?? Só para argumentar, temos as experiências das
senhas. Os espíritas que fundaram a SPR e muitos outros depois deles,
deixaram, antes de morrer, uma frase que só eles conheciam, fechada e
lacrada. A idéia era que se, depois de mortos, eles pudessem se comunicar, a
frase ou senha teria de aparecer. Não basta que imitem o estilo, pois isso
qualquer falsário faz. Tem de ter a senha. Pois, desde que se iniciou a
experiência da senha, jamais apareceu. NUNCA. Com Chico Xavier não apareceram
as senhas deixadas por Monteiro Lobato- uma com Dona Ruth Fontoura, de São
Paulo, outra com o Dr. Godofredo Rangel, diretor do jornal "O Dia"
do Rio de Janeiro. Chico Xavier imitou seu estilo muito bem. Tem gente que
faz melhor, tem mais cultura. Ele é sempre muito cordial, sempre aparece um
"meus queridos", o que não aparece no autor que ele imita. Isso é
do seu caráter. E também quando descreve outras épocas, aparece uma
assexualidade, que é o problema dele. Tem um problema psicológico não
superado e esse problema aparece. Outros imitariam muito bem, sem deixar
aparecer tanto a personalidade. Mas as senhas não apareceram, então não é
Monteiro Lobato e o mesmo digo de qualquer outro.
36
- Por que alguns fenômenos paranormais são explicados pelas teorias da
parapsicologia, e os milagres não?
Grande número de teólogos liberais
protestantes e católicos modernistas negaram os milagres dizendo que logo
serão explicados. Aqui vamos analisar os fatos. Ninguém vai negar a verdade
histórica das profecias bíblicas, que ultrapassam o período de dois séculos
dos fenômenos psi-gamma (precognição em no máximo dois séculos). Temos também
os cadáveres incorruptos. Se fosse um fenômeno natural, teria em todas as
religiões, em todas as épocas, em todos os povos. Citem-me um cadáver
incorrupto que não seja em ambiente divino-católico. Ou um milagre que não
seja em ambiente judaico antigo, até dois séculos antes de Cristo, depois
cristão e, após as separações em protestantes e cismáticos, exclusivamente
católico. A ciência nega o fenômeno porque não consegue reproduzi-lo em
laboratório, mas isso não é ser cientista. Mas analise-os quando quiserem-
são milagres permanentes. Em Lanciano, uma hóstia ficou incorrupta por 13
séculos e se converteu em carne humana, viva. Está lá.Todos os milagres
ocorrem em ambiente judaico, cristão, católico, sucessivamente.
37
- Outras religiões afirmam o mesmo, ou seja, que os milagres de antigamente
vêm se confirmando até hoje.
Dizem. Mas comparar
os milagres budistas (por exemplo) com os milagres católicos é uma tremenda
aberração, porque são claramente lendas típicas, são exageros.
38
- Principalmente entre as religiões orientais são citados também inúmeros
casos de milagres, inclusive de pessoas que foram ressuscitadas. É assim com
babaji ou os milagres de revitalização de Sai Baba, que são encarados como
milagres da mesma forma como foram os de Jesus ou dos apóstolos.
Da mesma forma, de jeito nenhum. Sai Baba,
vamos chamar-lhe uma vítima de seu irmão, que é bom no marketing. Sai Baba
tira um pó da manga, converte um papel em um metal.Não há mágico que não
saiba fazer isso. Mas dizem que revitalizou mortos. Que se comprove um caso.
É tudo lenda e exageros. Tenhamos em conta que, para os indianos,
tradicionalmente, verdade é aquilo que é bonito. E para nós, verdade é aquilo
que corresponde à realidade. Que me mostrem um caso comprovado de um cadáver,
morto de morte morrida, comprovado no hospital, enterrado, e que cinco ou
oito dias depois, tenha recuperado a vida e as forças.Procurei em toda a
pesquisa dos melhores parapsicólogos do mundo, mas, tirando as lendas, as
coisas para exaltar a figura do herói, tirando a mentalidade oriental, não há
nenhum caso comprovado de revitalização de mortos. E os católicos têm aos
milhares.
39
- Se nos referirmos à época bíblica, também ninguém viu. Está tudo relatado
numa série de textos que, inclusive foram alterados ao longo desses dois mil
anos, ou traduzidos e retraduzidos. Em outras religiões acontece o mesmo, ou
seja, a prova que se têm são relatos que vêm de milhares de anos. Qual a
diferença entre um e outro?
Uma diferença enorme. Se só existissem os
milagres bíblicos, que são orientais, tremendamente exagerados, a crítica
histórica desconfiaria. Será que, de boca em boca, uma pulga não vira um
elefante? Em parapsicologia, exige-se o chamado "efeito
bumerangue". Se só tivessem existido naquela época, se poderia duvidar,
mas existiram naquela época e vêm se repetindo até o ano 2000. Não há nenhum
milagre bíblico que não tenha se repetido ao longo da história centenas de
vezes.
40
- Não é apenas uma questão de Fés diferentes?
Tem de ver o que se entende por Fé. Fé é
acreditar numa doutrina, pela autoridade daquele que a revelou. Isso é Fé.
Ora, a Fé tem de ser racional, não infantil. Temos de saber dar motivo. Os
milagres são o que fundamenta o que está realmente revelado, e que não foi
inventado. Comparar os milagres divinos judaicos, cristãos, católicos com os
milagres hindus, budistas, etc, é uma monstruosidade. É completamente
diferente.
41
- O senhor também se manifestou contrário à noção de uma regressão a vidas
passadas seja real. No entanto, existe uma quantidade razoável de psicólogos
e psiquiatras no mundo, hoje que estão se rendendo às evidências. O senhor
pode falar um pouco sobre isso?
Vou prescindir da possibilidade. Vamos
analisar os fatos. Aqui em São Paulo, tanto o Conselho Regional de Psicologia
como posteriormente, o Conselho Regional de Psiquiatria, caçam o título de
psicólogo ou psiquiatra a quem fizer regressão. Eles dizem que não são
regressões a vidas passadas, mas sim a experiências passadas. É um modo de
disfarçar, de atrair e enganar. Pode-se explicar o fenômeno de outra maneira
que não seja reencarnação. Contraprovas. Que se faça uma regressão a uma
época que supere o período abrangido pelos fenômenos psi-gamma- entre passado
e futuro, mais ou menos dois séculos (prazo existencial). Que nos digam uma
coisa que se encontre fora do prazo existencial. Por exemplo, o mundo está
cheio de hieróglifos maias, etruscos, persas, antigos egípcios, que nenhum
arqueólogo conseguiu decifrar. Allan Kardec não disse que ao desencarnarmos
recuperamos os conhecimentos das vidas anteriores, e esses conhecimentos
seriam o que estaria causando traumas aqui:? Já de início, uma contradição.
Aprende-se aqui, lembra-se lá e, ao reencarnar, nos esquecemos, mas ainda
assim causa o trauma? Contraditório. Se já aprendeu aqui, devia recordar-se
aqui e não lá. E como vai causar o trauma aqui se só se relembra no além? O
que os vivos no nosso globo não sabem, nunca ninguém manifestou. Não é
reencarnação. Existe também a precognição, que é mais freqüente que a
retrocognição. É mais comum adivinhar o futuro, e não significa que esteja se
lembrando. Então, se é possível adivinhar o futuro, o que tem demais em se
adivinhar o passado? Ser reencarnacionista é um direito que as pessoas tem,
mas que provem a reencarnação. Na teologia, no primeiro Concílio Ecumênico da
história, quando os cristãos formavam um só bloco, já se definia que a alma
humana sem corpo não existe.
42
- Mas dizem que até o Concílio de Constantinopla II, a religião católica aceitava
a reencarnação?
Isso foi dito por Banerjee, e é uma
calúnia. O Concílio de Constantinopla condenou a tese de Tertuliano, sobre a
pré-existência das almas, por influência de Platão, que achava que as almas
pré-existiam e depois vinham ao nosso mundo. Não fala de reencarnação, fala
de pré-existência das almas no mundo das idéias.Deturparam o Concílio de
Constantinopla, pois a Igreja nunca foi reencarnacionista. Nunca. É uma de
tantas calúnias.
43
- Qual é a sua posição sobre telepatia?
O nome telepatia é popular, o nome
internacional é psigama (psi=alma; gama = conhecimento). O nosso inconsciente
conhece presente, passado e futuro de todo o nosso globo, numa margem de dois
séculos entre eles. Tudo o que acontece é conhecido alguma vez, especialmente
se é um fato emotivo. Mas ninguém domina a telepatia. Então, uma pessoa que
abre um consultório de adivinhação, como se dominasse a faculdade é um
charlatão. Os fenômenos existem, mas são parapsicológicos, isto é, à margem
do comum, são espontâneos e incontroláveis.
44
- O que o senhor pensa sobre as experiências próximas à morte ou de quase
morte?
Elizabeth Kubler Ross e Raymond Moody dizem
que o fenômeno é freqüente e sempre igual. Na realidade, os grandes
parapsicólogos que estudaram isso demonstram que é falso. Não é freqüente, é
raríssimo, e é um fenômeno parapsicológico, espontâneo. Num mundo tão grande,
podemos encontrar muitos casos. Eles dizem que é sempre igual, mas eles mesmo
se refutam. Uns vêem uma luz. Claro, se der um golpe na cabeça, apertar os
olhos, vai ver uma luz. Se fizer muita oxigenação, como no ioga, vai ver
luzes. Identificam como Jesus Cristo. Mas será que Jesus Cristo se adiantou,
não sabia que a pessoa não tinha ainda morrido? Outros dizem que viram um
túnel e uma luz ao fundo; ou um mar, e ao longe, a margem; ou um deserto e ao
fundo, um oásis. São muito diferentes e não são freqüentes, mas raros. É
claro que uma pessoa que está próxima da morte está perdendo todo o tônus
muscular. Mesmo quando estamos dormindo, temos o OBE-out of the body
experience, (experiência fora do corpo) - a sensação de que saímos ou que
estamos caindo. O fenômeno se explica muito bem, naturalmente, e não tem a
ver com o além. Elizabeth Kubler Ross e Raymond Moody fizeram uma coisa que
chamou a atenção, mas não são especialistas e deram uma interpretação de
ficção, não de ciência.
45
- As pessoas que apresentam paranormalidade são de certo modo prejudicadas,ou
é justamente o contrário?
Elas são prejudicadas porque indica um
estado alterado de consciência mesmo que seja passageiro. O nome
"paranormal" está errado. Os fenômenos extranormais são sensoriais,
fenômenos paranormais são extra-sensoriais, e os fenômenos supra-normais são
os milagres. A pessoa que apresenta os fenômenos parapsicológicos não são
paranormais, e sim psíquicos. Paranormal significa extrassensorial, e ninguém
é extrasensorial. Portanto, não é um Dom, e sim um desequilíbrio. As
faculdades, todo mundo tem: a manifestação é a margem do comum,
parapsicológico. Não se deve desenvolver sim, curar.
46
- O Senhor acha que tem alguma maneira da pessoa se livrar desse fenômeno?
Com um tratamento com um psicólogo, médico
ou psiquiatra, que saibam parapsicologia, para não cair nas mãos de
supersticiosos que vão dizer: "Você é médium, tem que desenvolver, senão
os espíritos vão se vingar". É tudo absurdo! Ninguém é médium, não se
deve desenvolver e sim, curar. Aqui no Brasil se desenvolve muito; uns
atribuindo aos exu espíritos, outros a demônios, orixás, mahatmas, larvas
astrais, gênios, etc... tudo errado! São interpretações supersticiosas porque
antigamente não sabiam interpretar. A parapsicologia acabou com tudo isto.
47
- Qual a diferença entre uma pessoa normal e um psíquico?
Um psíquico é sempre uma pessoa que tem seu
sistema psíquico desequilibrado. Plenamente normal, equilibrado, ninguém
manifesta fenômenos parapsicológicos, que é uma psicorragia, onde escapa o
fenômeno parapsicológico. Quanto mais tiver, mais doente. A manifestação de
fenômenos parapsicológicos é um momento de desequilíbrio, uma psicorragia,
uma doença, mesmo que seja passageira.
48
- Então não tem jeito de controlar o inconsciente?
O pré-consciente, o subconsciente, sim: é o
que faz o psicólogo. O inconsciente parapsicológico ninguém controla, e não
se deve mexer nesse "ninho de marimbondo", porque o consciente não
tem controle sobre o inconsciente que é enormemente superior. O inconsciente
pegaria as "rédeas" da máquina humana e a pessoa acabaria com
dupla, múltipla personalidade.
49
- O que o senhor explica sobre objetos que somem de um lugar e aparecem em
outro?
Isto se chama aporte, uma energia corporal dirigida pelo
inconsciente, chamada de telergia, que age somente sobre animais pequenos (e
os mata), plantas, objetos e sobre si mesmo. Entre tantos fenômenos que se
devem à telergia, o aporte é desfazer uma matéria, convertê-la em energia e
depois se materializar de novo. É um dos fenômenos mais freqüentes. Como não
sabiam interpretar, pensavam que eram demônios ou espíritos maus que vinham
se vingar. Não tem nada a ver com o Além. Uma pessoa viva a menos de 50
metros que tenha uma descarga de telergia, energia corporal, exteriorizada,
dirigida pelo inconsciente. A mais de 50 metros, nunca acontece nada. Na
verdade, menos: num momento talvez chegue a 10, 12 metros. Quando se juntam
forças, quem sabe chega a 15, 17 metros... Bom, põe 50 que não tem perigo de
perder a aposta.
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Fonte:
Copyright 2003 - Paróquia
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