Até cerca de 200 anos d.C., não
existiam igrejas no sentido em que hoje as compreendemos.


Um dos motivos que inibiu a construção de
igrejas foi o fato do cristianismo ter nascido e  se desenvolvido num mundo em que a religião, o
império e o patriotismo eram muito ligados.  Desenvolveu-se no âmago do paganismo imperial,
da religião estatal e da expressiva lealdade ao imperador. 


«Igreja de Santa Sabina, Roma.
Basílica do séc. V. As colunas coríntias foram de um templo pagão»


O cristão era cercado de muitas
restrições e ficava praticamente excluído da vida pública dessa  época. Numa cidade como Roma, por exemplo, o
Capitólio dominava o Fórum, que por sua vez era circundado por templos
oferecido a deuses e por todo lado erguiam-se estátuas de imperadores e deuses. O estado
controlava o teatro, os jogos e cada funcionário imperial de certa forma era um sacerdote.
Se já era difícil ser cristão, quanto mais construir igrejas.




Segundo o Direito Canônico,
"uma igreja é um edifício sagrado dedicado ao culto divino, principalmente para que possa ser
usado por todos os fiéis para o exercício público do culto".




 A palavra "igreja", em inglês
"Church" e em alemão "Kirche", origina-se do termo grego
"Kyriakon", que significa "casa do Senhor". Já a palavra
latina "ecclesia" deriva-se do grego "ekklesia", que quer
dizer "reunião"ou "assembléia".


É nesse sentido que a palavra
"igreja" é usada. Não se refere a uma construção ou edifício,  mas a uma reunião de cristãos para o culto
divino. Portanto a igreja (grande ou pequena), tem como objetivo básico abrigar
os participantes do culto e proteger os objetos que ali são usados.




Paralelamente a isso, sempre
houve por parte do homem cristão a necessidade de possuir um lugar próprio para
orar onde a presença de Deus pudesse ser mais sentida.


Inicialmente, as comunidades
cristãs eram compostas de pessoas comuns, comerciantes sírios e judeus, e vizinhos
pagãos atraídos pela nova religião.







«Santa Maria Maggiore, data do
renascimento clássico sob Sixtus III. As colunas jônicas mostram estilo
parecido com a igreja do lado» Depois e muito lentamente,
surgiram conversões entre as classes ricas e intelectuais. Dessa forma, os primeiros
cristãos não tinham igrejas, não havia meios suficientes para pagar as construções. Eram
impedidos inicialmente por carência, e depois  por prudência, de construir igrejas, que nunca
poderiam se assemelhar aos templos.  Quando se reuniam, usavam qualquer edifício
que estivesse disponível, normalmente casas comuns, emprestadas ou
doadas por um converso rico. Algumas alterações eram feitas e derrubavam-se paredes
para dar lugar a cômodos maiores, mas não mexiam na decoração romana ou helenística
das casas. Em torno do Mediterrâneo, nos
países onde a influência romana se fazia sentir, havia três  tipos de residências: a domus, ou casa
particular, a villa, ou casa de campo e a insula, ou casa de cômodos com muitos
apartamentos. A domus combinava características  de residência romana antiga com elementos
gregos. Uma espécie de "hall" de entrada ou pátio descoberto, chamado
"átrio", formava a parte mais pública da casa. Os aposentos mais íntimos agrupavam-se ao
redor de um pátio interno chamado "peristilo". Entre o átrio e o  peristilo havia uma espécie de vestíbulo, o
"tablínio", que era usado como santuário de família,  adornado com estátuas e pintura dos
"deuses Lares" e retratos dos antepassados.




Os estudiosos acreditam que a
disposição do santuário das primitivas basílicas cristãs se originasse
diretamente do átrio e do tablínio. Afirmam que a pedra do altar foi adotada
para o culto, com o bispo ou presbítero de pé atrás ou sentado na cadeira,
ficando os fiéis de pé no átrio.





Fonte: http://www.ecclesia.com.br/biblioteca/historia_da_igreja/a_igreja_atraves_dos_tempos.html









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